Tudo começou no Rock in Rio, em maio, e desde aí 30.000 festivaleiros portugueses e de muitas outras nacionalidades já se divertiram a pintar a cara de verde em nome da promoção de festivais de verão mais sustentáveis e amigos do ambiente.
Os números mostram a dimensão da nova revolução verde: com milhares de adesões em festivais de música e não só, a verdade é que o movimento #faceforgreen já se tornou viral nas redes sociais (como se pode ver em www.faceforgreen.com) e está a cumprir o seu objetivo de mobilizar o maior número possível de pessoas para que possam incentivar os festivais a adotar uma postura mais verde e ambientalmente responsável. Apostado em revolucionar mentalidades, o #faceforgreen é um movimento social iniciado pela Sociedade Ponto Verde (SPV) para despertar a consciência dos jovens em relação aos danos ambientais causados pelos festivais de música que proliferam no verão em Portugal, caso não haja preocupação ambiental por parte das próprias organizações.
O primeiro festival a ser abrangido pelo movimento foi o Rock in Rio Lisboa, em maio, onde foram logo pintadas cerca de 15 mil caras de verde fluorescente. O sucesso da iniciativa foi tal que alguns festivaleiros chegaram mesmo a estar quase duas horas na fila para serem pintados. Seguiu-se o NOS Alive, em julho, no qual a Sociedade Ponto Verde marcou de novo presença com um espaço próprio em que foram disponibilizadas as tintas verdes para que os visitantes pudessem aderir ao movimento. Pelo recinto esteve também um grupo de promotores a pintar a cara do público, incentivando-o a tirar uma foto e a partilhá-la nas suas redes sociais. O movimento #faceforgreen marcou ainda uma forte presença nos festivais Musa Cascais, Meo Marés Vivas e Santa Cruz Ocean Spirit e com ações de rua no Parque das Nações e Ericeira.
Para aderir ao movimento, a SPV convida as pessoas a partilharem nas suas redes sociais uma fotografia com a cara pintada de verde e a hashtag #faceforgreen, mostrando assim o seu apoio à causa. O movimento conta com um site – faceforgreen.com – onde é possível conhecer melhor o movimento, ver quem já aderiu e ainda usar uma plataforma para pintar a cara online.
Além de milhares de anónimos, já adotam o estilo #faceforgreen algumas caras conhecidas do público como David Carreira, Sandra Cóias, Carolina Torres, Mia Rose, Mariana Monteiro, Ana Rita Clara, Rui Pêgo, Paulo Vintém e Isaac Alfaiate, além de outros influenciadores de opinião (22 no total) como Style it up, o Quiosque do Ken, Conguito, Sofia B Beauty, etc. Ao todo, o movimento #faceforgreen marcou presença em quatro redes sociais, seis blogues, com direito a 74 posts, o que demonstra uma grande adesão ao movimento.
Com 52 por cento de território no Parque Nacional da Peneda-Gêres, Ponte da Barca é um ponto de visita obrigatório para quem gosta da natureza. É difícil ficar indiferente à sua paisagem, que é apenas a porta de entrada para uma viagem repleta de cor, sabor e paixão.
Texto Ana Ferreira
A viagem por Ponte da Barca serve para encher os pulmões de ar fresco e deslumbrar os olhos com uma paisagem verde e os ouvidos com os sons da natureza. Situada em pleno Alto Minho, a 35 quilómetros de Viana do Castelo, Ponte da Barca fica na margem esquerda do Rio Lima. Os seus lugares oferecem puro encanto. Não fossem eles reconhecidos como Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO, desde 2009. Mais de metade do seu território está inserido no Parque Nacional da Peneda-Gerês, onde se podem encontrar paisagens idílicas, fauna e flores únicas, fazendo deste local um dos mais visitados do país. Com a forma de ferradura, com boca virada para Espanha, este parque foi criado em 1971, sendo a mais antiga área protegida portuguesa e a única classificada como parque nacional. Abrange 72 mil hectares, integrando os concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, terras do Bouro e Montalegre.
Uma das portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês fica na sua concavidade central, que corresponde à serra Amarela, em Lindoso, Ponte da Barca. Desde a sua abertura, em 2010, por aqui já passaram quase 100 mil visitantes, segundo Luís Pousada, técnico superior da câmara municipal de Ponte da Barca.
Nesta pequena joia da Reserva da Biosfera também se destacam os seus famosos 67 espigueiros dos séculos XVIII e XIX, o castelo do século XIII, classificado como monumento nacional, e o Poço da Gola, uma queda de água paradisíaca, com lago e águas límpidas que é aproveitada como piscina natural.
Para quem visita esta aldeia, o melhor é aproveitar para conhecer a Barragem do Alto Lindoso. Só o ano passado, foram mais de 15 mil visitantes que desceram ao fundo desta barragem. Este local ficou celebrizado pelo concerto dado, em 2009, por Paulo Gonzo a 340 metros de profundidade.
O contacto direto com a natureza alastra-se de Lindoso a todo o concelho. Rios, ribeiros, albufeiras, quedas de água revelam sucessivas imagens únicas.
Através da oferta das mais variadas modalidades ao ar livre, destinadas a todas as idades e de diferentes características, presencia-se uma imersão mais íntima no ambiente natural. Quer sejam atividades carregadas de adrenalina ou momentos de descontração, Ponte da Barca apresenta inúmeras possibilidades. Na zona do parque nacional, encontram-se sinalizados diversos trilhos pedestres. O trilho da Serra Amarela, com 35 quilómetros, é o maior que pode ser percorrido em 24 horas. Quem preferir um passeio mais curto, pode optar pelo trilho Moinhos de Água de Parada, sendo este o mais solicitado, pelos seus curtos sete quilómetros. Se em vez dos trilhos, preferir optar por uma ecovia, Ponte da Barca também a tem, com cerca de 40 quilómetros.
A acompanhar todos estes passeios, está o rio Lima, o qual possibilita outro tipo de práticas desportivas. O stand up paddle no rio é atualmente a modalidade da moda. Luís Antas Barros, proprietário da AktivaNatura, uma das empresas de aventuras outdoor da região, salientou que, em 2015, foram mais de 400 pessoas a experimentar esta nova vertente náutica.
Ser Reserva da Biosfera é um pequeno detalhe que diferencia grandemente Ponte da Barca, concelho que tem o turismo como prioridade. “O facto de sermos reserva da biosfera fez com que o aumento dos turistas no concelho seja uma realidade”, salientou António Vassalo Abreu. O presidente da câmara municipal assumiu como prioridade alavancar Ponte da Barca como destino turístico por excelência, sendo este “uma das principais fontes de receita”.
Todavia, o valor deste concelho não se limita à exuberância da sua natureza. Esta é, apenas, a porta de entrada. Para trás fica o ritmo urbano do quotidiano. Depois de “entrarem”, os turistas rendem-se à gastronomia, cultura e património desta terra.
Há razões de sobra para visitar Ponte da Barca e deixar-se encantar pela riqueza de todos os elementos da terra. Para o apaixonado pela natureza, gastronomia e história, este é o destino perfeito. Como lema da terra, Vassalo Abreu enfatizou: “Em Ponte da Barca há cor, sabor e tradição”.
Os jornais “Telegraph” e “The Guardian” consideraram-no um dos melhores parques de campismo da Europa. A beleza e localização são argumentos mais do que suficientes para esta atribuição ao Lima Escape. O que lhe confere ainda maior autenticidade, é que, apesar de pertencer ao Parque Nacional da Peneda-Gerês, integra uma área não muito explorada turisticamente.
Além de possibilitar o alojamento tradicional de um parque de campismo e caravanismo, o Lima Escape foi pioneiro na oferta de uma experiência diferente: o glamping (camping com glamour), que tanto pode ser em tendas de inspiração oriental (bell tent) ou america (tipi). O serviço de pequeno-almoço no deck, com vista para o rio Lima, está incluído. No entanto, se estas unidades estão apenas disponíveis nos meses de calor, há a opção de, no inverno, pernoitar nos bungalows, que mais parecem uma casa na árvore. Os campistas ainda podem usufruir das refeições na Adega do Artur e das múltiplas atividades ao ar livre. São muitos os argumentos para desejar viver uma experiência de turismo da natureza nesta Reserva da Biosfera.
Seriam necessárias 260 mil milhões de garrafas de 1.5 litros para encher de água a albufeira da barragem do Alto Lindoso, em Ponte da Barca. Se colocássemos todas estas garrafas lado a lado, formaríamos uma linha com um comprimento de 25 milhões de quilómetros, ou seja, o equivalente a 584 voltas à Terra!
Loja interativa Ponte da Barca
Rua Conselheiro Rocha Peixoto, 9
4980 Ponte da Barca
Tel. 258 455 246
Porta de Lindoso
4980-451 Lindoso, Ponte da Barca
Telefone: 258 578 141
Com o lema "Imagina um Mundo Melhor", o festival de vídeos de caráter ambiental Picture This tem propósito de partilhar histórias, sejam elas pequenas ou grandes, e assim poder contribuir para um mundo com um ambiente mais saudável.
Depois do concurso “1 Foto = 1 Árvore”, lançado em parceria com a Sociedade Ponto Verde e enquadrado na campanha de responsabilidade social corporativa Picture This, a Sony Pictures Television Networks (SPT) lançou agora a nível mundial o novo Festival Picture This a favor do ambiente, que pretende reunir histórias de esperança e progresso sobre a proteção e conservação do mundo que nos rodeia. O festival reunirá histórias em formato vídeo de curta duração – entre 30 segundos e 7 minutos –, provenientes dos concursos promovidos pela rede de canais SPT de todo o mundo, Portugal incluído. Em outubro será eleito um vencedor final, num evento a ter lugar nos Estúdios Sony Pictures em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Em Portugal, o concurso teve início no dia 21 de junho e os filmes podem ser submetidos no site www.axn.pt/programas/picture/contests/picture-festival até 31 de agosto. A Sociedade Ponto Verde, parceira nacional da campanha Picture This, estará novamente presente colaborando com a SPT nesta iniciativa.
“Dando continuidade aos esforços desenvolvidos pelos nossos canais de todo o mundo, os quais encorajaram as suas audiências a ajudar a melhorar o ambiente, estamos agora a convidar autores de todos esses territórios a contar histórias de um mundo melhor, porque as melhores histórias são muito mais que entretenimento, servindo também de motivação para que as pessoas atuem”, comenta Andy Kaplan, presidente da rede mundial de canais da Sony Pictures Television.
O Festival Picture This tem como objetivo partilhar histórias de iniciativas ou ações bem-sucedidas que poderão contribuir para um mundo melhor, ambientalmente mais saudável. Entre as regiões participantes no festival estão o Reino Unido; Espanha e Portugal; Rússia; Europa Central (Polónia, Roménia e Hungria); África do Sul; América Latina; Ásia; e EUA. Os vencedores de cada uma destas regiões estarão presentes no evento em Los Angeles no qual serão projetados os trabalhos finalistas e anunciado o vencedor a nível global. Os filmes serão eleitos tendo como critério o poder da mensagem dos seus trabalhos e o seu modo de representar o lema e o espírito da campanha Picture This: “Imagina um Mundo Melhor”. O vencedor mundial receberá um prémio de 5.000 dólares, bem como um conjunto Sony 4K composto por um ecrã televisivo 4K de 55” e uma câmara Sony - Alpha a6300 Mirrorless, oferta da Sony Electronics.
A campanha Picture This foi lançada em setembro 2015 na rede de canais da SPT em todo o mundo para inspirar os espetadores a proteger e melhorar o ambiente, através de diversas ações promocionais e eventos, apoiando importantes causas ambientais em cada uma dessas regiões. Em março de 2016 a SPT lançou a app Picture This para iOS e Android, de modo a encorajar a criação de novas histórias, agora em dispositivos móveis. Mais informações sobre a campanha Picture This em: www.sptpicturethis.com.
Para se inscrever no concurso, cada participante deve enviar um trabalho original de conteúdo em vídeo, com legendagem em inglês, com uma duração entre 30 segundos e 7 minutos, focando uma questão ambiental, cujo tema deve ser relativo ao impacto ambiental positivo. Esse mesmo conteúdo em vídeo deve ser carregado para o YouTube (www.youtube.com/) ou para o Vimeo (https://vimeo.com/). De seguida, deve formalizar a inscrição em www.axn.pt/picturethisfest.
Para participar no concurso “1 Foto = 1 Árvore” bastava tirar uma foto relacionada com a temática do ambiente e/ou a sua proteção, partilhando-a de seguida nas redes sociais com as hashtags #SPTPicture e #AXN. Esta foi uma iniciativa global presente na rede de canais da Sony Pictures Television (SPT) que apoia os esforços efetuados em todo o mundo para proteger e preservar o ambiente. A campanha Picture This é desenvolvida em Portugal em parceria com a Sociedade Ponto Verde, entidade responsável por organizar e gerir a retoma e valorização de resíduos de embalagens. Na sequência no concurso “1 Foto = 1 Árvore”, a SPT, em conjunto com a Sociedade Ponto Verde, plantou uma árvore por cada imagem recebida: ou seja, 112 árvores no total. A Floresta Picture This AXN integra uma área de conservação da biodiversidade e proteção de ecossistemas em estado natural que é património do Primeiro Fundo Floresta Atlântica.
Depois de ter começado a revolucionar os festivais de música no Rock In Rio, o movimento #faceforgreen continua a incentivar o público mais jovem a influenciar os festivais de verão a terem uma atitude mais positiva em relação à sustentabilidade, com forte presença nas redes sociais e presença já confirmada no NOS Alive. Saiba tudo e junte-se a esta revolução.
O que é o movimento #faceforgreen?
É um movimento social iniciado pela Sociedade Ponto Verde (SPV) para despertar a consciência dos jovens em relação aos danos ambientais causados pelos festivais de música que proliferam no verão em Portugal, caso não haja preocupação ambiental por parte das próprias organizações. Tem como objetivo mobilizar o máximo de pessoas possível para que possam incentivar os festivais a adotar uma postura mais verde e ambientalmente responsável.
Em que consiste?
O movimento consiste em convidar as pessoas a partilharem nas suas redes sociais uma fotografia com a cara pintada de verde e a hashtag #faceforgreen, mostrando assim o seu apoio à causa. O movimento conta com um site – faceforgreen.com – onde é possível conhecer melhor a causa, ver quem já aderiu ao movimento e ainda usar uma ferramenta para pintar a cara online. A ideia é que este movimento se torne viral e chegue a formadores de opinião, artistas e, consequentemente, às organizações dos festivais, incentivando-os a adotarem uma postura mais verde.
Qual foi o primeiro festival abrangido pelo movimento?
O primeiro festival a ser abrangido pelo movimento foi o Rock in Rio Lisboa, em maio, onde foram pintadas cerca de 15 mil caras de verde fluorescente. O sucesso da iniciativa foi tal que alguns festivaleiros chegaram mesmo a estar quase duas horas na fila para serem pintados. Depois do Rock in Rio segue-se agora o NOS Alive, a partir de 7 de julho, e o objetivo é que o movimento ganhe força para estar presente nos restantes festivais em Portugal, e se possível, em todo o mundo.
Que ações #faceforgreen serão desenvolvidas no recinto do NOS alive?
Para dinamizar o movimento e permitir que os festivaleiros apoiem a causa no recinto do festival, e à semelhança do Rock in Rio, a Sociedade Ponto Verde marcará presença com um espaço em que disponibilizará tintas verde fluorescente que brilham com luz negra para que os interessados possam aderir ao movimento. Pelo recinto estará um grupo de promotores a pintar a cara das pessoas, incentivando-as a tirar uma foto e a partilhá-la nas suas redes sociais.
Quem já aderiu ao movimento?
Além de milhares de anónimos, já adotam o #faceforgreen algumas caras conhecidas do público como David Carreira, Sandra Cóias, Carolina Torres, Mia Rose, Mariana Monteiro, Ana Rita Clara, Rui Pêgo, Paulo Vintém e Isaac Alfaiate, além de outros influenciadores de opinião (22 no total) como Style it up, o Quiosque do Ken, Conguito, Sofia B Beauty, etc. O movimento #faceforgreen marcou presença nas redes sociais e em vários blogues o que demonstra uma grande adesão ao movimento.
O que levou a SPV a lançar este movimento?
Já há alguns anos que a SPV tem marcado presença nos festivais de música de Portugal, promovendo a reciclagem e sua importância. Os festivais são simultaneamente eventos de grande dimensão em que são gerados milhares de resíduos de embalagem e em que existe um grande impacto ambiental. Mas os festivais são também um espaço único para conseguir chegar a milhares de pessoas.
• Reduzir o consumo de energia e aumentar a utilização de fontes de energia renováveis;
• Reutilizar os materiais das estruturas dos festivais;
• Promover a utilização de materiais recicláveis;
• Promover a reutilização de materiais dentro dos festivais, combatendo o desperdício;
• Aumentar a percentagem de reciclagem e utilização de lixo orgânico para compostagem;
• Promover a utilização do transporte público, utilização de bicicleta e car-sharing para reduzir as emissões de CO2;
• Reduzir a pegada carbónica dos festivais, compensando o que não puder ser evitado;
• Promover a sustentabilidade social: integração de minorias e de pessoas com necessidades especiais e a criação de mais espaços para pessoas com mobilidade reduzida.
Durante as festas de Lisboa a Direção Municipal de Higiene Urbana da Câmara Municipal de Lisboa, em parceria com a Valorsul, Sociedade Ponto Verde e com o apoio da EGEAC, desenvolveu uma série de ações para tornar as festas da cidade mais amigas do ambiente e mais sustentáveis na gestão dos resíduos produzidos. Conheça os resultados.
A tradição ainda é o que era e, tal como acontece todos os anos, na noite de 12 de junho de 2016, a Avenida da Liberdade recebeu a 84.ª edição das Marchas Populares de Lisboa. A Marcha de Alfama foi a grande vencedora, seguida de Penha de França e da Marcha do Alto do Pina, que ficou em terceiro lugar, depois da vitória em 2015. Com centenas de milhares de espetadores a assistir, foram 22 as Marchas que partiram do Marquês de Pombal, descendo a Avenida da Liberdade rumo aos Restauradores. O ambiente foi de festa e graças à iniciativa Ecoeventos, as vantagens ambientais das Marchas foram claras com o envio para reciclagem de embalagens suficientes para produzir 8.000 t-shirts, só nessa noite!
Além das Marchas Populares de Lisboa, foram também abrangidos pelo projeto os espetáculos “Deixem o Pimba em Paz”, no Terreiro do Paço, “Amor Electro e David Carreira”, na Alameda da Universidade, o “Encerramento das Festas” com Buraka Som Sistema, no Jardim da Torre de Belém, e ainda os Arraiais dos Navegantes, de Campolide e do Alto de Santo Amaro.
Este projeto dos Ecoeventos nas Festas de Lisboa teve como objetivo principal garantir que os resíduos de embalagem produzidos durante os grandes eventos programados tivessem o encaminhamento adequado e contribuíssem de forma efetiva para o aumento dos níveis de reciclagem da cidade. Para além da instalação de equipamentos destinados a esse fim, em paralelo, operaram equipas (devidamente identificadas) que deram apoio na recolha das embalagens que não foram depositadas nos contentores colocados nos recintos para o efeito. No final de cada evento, estes resíduos foram pesados para quantificar as vantagens ambientais: só no espetáculo “Deixem o Pimba em Paz”, por exemplo, foram enviadas para reciclagem embalagens suficientes para produzir 576 t-shirts e vidro que chegava para uma garrafa com 1,8 metros de altura.
Com o mesmo objetivo, os Arraiais dos Navegantes, de Campolide e do Alto de Santo Amaro funcionaram como “EcoArraiais”, nos fins-de-semana com maior afluência de público, tendo o suporte de equipas de reciclagem a apoiar na separação dos resíduos produzidos. Também aqui os resultados das vantagens ambientais foram um sucesso. Nestes 3 EcoArraiais foram recolhidas embalagens suficientes para produzir 6.907 t-shirts e vidro suficiente para produzir uma garrafa com 4,4 metros de altura.
Integrado numa abordagem mais alargada de recuperação de resíduos urbanos em eventos desportivos, culturais e lúdicos da programação anual da cidade, este projeto dos Ecoeventos integra-se também na estratégia que visa o cumprimento das metas de reciclagem estabelecidas para a cidade de Lisboa, a atingir até 2020.
As principais marcas de material desportivo estão cada vez mais atentas às questões relacionadas com a sustentabilidade, tendo à disposição dos seus clientes modelos mais amigos do ambiente
Já imaginou sair para correr e calçar uns ténis fabricados a partir de plástico reciclado, retirado dos oceanos? Ou jogar uma partida de futebol com umas chuteiras “tricotadas” à medida do seu pé com fio de poliéster proveniente de garrafas de plástico recicladas? Não só é possível, como já é uma realidade.
Com a moda do ‘running’ a ganhar cada vez mais adeptos é normal que existam cada vez mais opções de ténis disponíveis no mercado adequados para esta prática desportiva de corrida. O que talvez não saiba é que as marcas estão muito atentas aos pedidos dos seus consumidores, optando até por produzir sapatos completamente reciclados, adequados a qualquer prática desportiva. Com a ajuda das novas tecnologias, grandes empresas como a Nike, Adidas e Puma procuram assim reduzir o desperdício na sua produção, aliando a tecnologia ao design à qualidade exigida por muitos atletas profissionais. A resposta positiva chega quando são os próprios atletas a utilizar os ténis, como é o caso do jogador de basquetebol norte-americano Kobe Bryant e o jogador de futebol alemão Mario Götze.
A Nike passou mais de uma década a pesquisar várias formas de reduzir o desperdício de materiais na produção do seu calçado, sem prejudicar a exigência dos desportistas habituados à elevada qualidade da marca. Em 2012, a empresa apresentou uma nova forma de produzir os seus ténis – a tecnologia Flyknit –, que permite personalizar a 100% as diferentes coseduras, de forma a corresponder às necessidades e pedidos específicos dos atletas. Nos quatro anos seguintes, a Nike foi alterando sempre esta tecnologia e lançando novos modelos para todas as modalidades desportivas como o futebol, o basquetebol e o ‘running’. Ao todo são 28 modelos em seis categorias desportivas. Desta forma, a Nike já conseguiu reduzir em cerca de 60% a sua produção de resíduos face à forma tradicional de produção de calçado, ou seja, 1,5 toneladas de desperdícios, o peso equivalente a 2,5 milhões de bolas de basquetebol. Já em 2016, na produção dos modelos que incorporam a tecnologia Flyknit, a Nike passou a utilizar única e exclusivamente fio de poliéster reciclado, o que permitiu reciclar 182 milhões de garrafas de plástico (o suficiente para cobrir 300 campos de futebol).
Uma das preocupações demonstradas ao longo dos últimos anos pela Adidas é precisamente a sustentabilidade e a proteção do ambiente. Em conjunto com a organização sem fins lucrativos (ONG) Parley For The Oceans, a Adidas lançou recentemente (durante a cimeira COP21, em Paris) uma edição exclusiva e limitada (que não está à venda em Portugal) de um modelo especial de ténis produzidos através de resíduos de plástico resgatado dos oceanos. Todos os plásticos utilizados no processo de fabrico deste modelo resultaram de uma expedição de mais de 100 dias ao longo da costa oeste da África. Os materiais foram encontrados em redes utilizadas por pescadores ilegais, que poluem o mar e podem matar diversas espécies marinhas.
O nome deste modelo da Adidas é Primeknit e a sua produção não gera quaisquer resíduos: enquanto a parte de cima é fabricada com plástico reciclado (e o tecido de revestimento é tricotado e não implica cortes nem coseduras), a sola é impressa numa inovadora impressora 3D com base nos mesmos materiais sustentáveis. Além dos ténis, a marca planeia já aplicar esta técnica a outros equipamentos desportivos, como t-shirts, por exemplo, entre muitos outros. “Não nos queremos limitar”, explicou Eric Lietke, responsável da Adidas, no lançamento do modelo, sublinhando que o objetivo da iniciativa Primeknit é “envolver todas as pessoas da indústria de equipamento desportivo e criar soluções sustentáveis para os grandes problemas globais”.
A pensar no meio ambiente, mas também na redução de custos associados à sua produção, a Puma lançou uma coleção totalmente biodegradável. Os materiais utilizados para a coleção InCycle são fibras orgânicas sem a presença de materiais tóxicos e que podem ser destruídas por microrganismos e transformadas em nutrientes biológicos. Por exemplo, a sola dos ténis é composta por plásticos APINATbio, um material biodegradável que pode transformar-se em húmus natural, através de um processo de compostagem. Também alguns dos matérias presentes na mala e no casaco desta coleção, como metais, têxteis e plásticos podem ser reutilizados na produção de outros produtos. Para entrar no ciclo de reciclagem idealizado pela marca, quando estes produtos atingirem o fim de vida útil para o consumidor, devem ser depositados numa das lojas oficiais da Puma.
Parte integrante da coleção com a tecnologia Flyknit, a Nike lançou duas versões de chuteiras do modelo Mercurial Superfly CR7 324K Gold e Mercurial Superfly CR7 Quinhentos, para homenagear as conquistas e os recordes do número de golos marcados pelo mais famoso futebolista português a nível mundial: Cristiano Ronaldo. Enquanto as chuteiras em tons dourados celebram o recorde de 324 golos marcados ao serviço do Real Madrid (nunca antes um jogador do clube espanhol tinha ultrapassado esta marca), o modelo Quinhentos (com apontamentos em prateado e vermelho) comemora os mais de 500 golos marcados ao longo da carreira de Ronaldo.
o AXN apresentou oficialmente em Portugal, em parceria com a Sociedade Ponto Verde, a campanha mundial de responsabilidade social Picture This, destinada a sensibilizar os espectadores do canal para a proteção do ambiente. Lançada pela Sony Pictures Television Networks nos 177 países em que a empresa está presente através dos seus canais de televisão, a iniciativa tem o ambiente como protagonista. A somar à sensibilização dos espectadores para a proteção do ambiente, o AXN Portugal está também empenhado na redução da sua pegada de carbono, tendo assim celebrado o nascimento da Floresta Picture This AXN, um projeto de reflorestação que já está em crescimento na zona do Marvão e integra uma área de conservação da biodiversidade e proteção de ecossistemas em estado natural. E para que a Floresta Picture This AXN continue a crescer, foi também dinamizado o concurso 1 Foto = 1 Árvore, em colaboração com a SPV: por cada foto recebida, a Sony Pictures Television compromete-se a plantar uma nova árvore em território nacional. A iniciativa Picture This combina assim os esforços de cada país numa voz global para proteger os recursos naturais.
No seguimento do programa Best4NYC (Best for New York City), foi lançado o programa Melhores Empresas para Cascais, uma parceria entre a agência de empreendedorismo DNA Cascais e o B Lab Portugal & África Lusófona, impulsionado pela IES – Social Business School. Promovendo um novo paradigma em crescente
expansão no setor privado, o município pretende enfatizar a importância de gerir um negócio tendo em conta a criação de valor para todas as partes interessadas de uma empresa, nomeadamente para os seus colaboradores, para a comunidade e para o ambiente. O programa Melhores Empresas para Cascais é, assim, um desafio que se destina a todas as organizações, que poderão participar de forma gratuita e ter acesso a diversas ferramentas e serviços, nomeadamente consultoria, para que possam diagnosticar o seu envolvimento com as diversas partes interessadas e definir estratégias
que aumentem o seu impacto junto das mesmas. No final do programa serão eleitas as melhores empresas em áreas como: Melhor Empresa para os Colaboradores, Melhor Empresa na Criação de Emprego ou Melhor Empresa para a Comunidade. Atualmente em curso na cidade de Nova Iorque, o programa Best4NYC já atraiu mais de mil empresas, com cerca de 40 parceiros envolvidos.
Em associação com os Green Project Awards, a Sociedade Ponto Verde lançou o Prémio Inovação Social Green Project Awards – Ponto Verde. Com candidaturas abertas até 31 de maio de 2016, esta nova categoria destina-se sobretudo ao reconhecimento dos projetos mais inovadores na área social. Ao lançar um novo prémio no âmbito dos Green Project Awards – uma organização da Agência Portuguesa do Ambiente, Quercus e GCI –, a Sociedade Ponto Verde alia-se aos Objetivos do Milénio das Nações Unidas, reconhecendo e premiando novas ideias e projetos, oriundos da sociedade civil, que se distingam, acima de tudo, pela inovação social.
O Indicador de Sustentabilidade Ambiental foi desenvolvido, pela primeira vez em 2014, pela Sociedade Ponto Verde, em exclusivo para o guia Boa Cama Boa Mesa. Pelo terceiro ano consecutivo, em 2016 foram distinguidos os restaurantes e hotéis nacionais que, através do consumo racional de água, poupança de energia, gestão de resíduos, política de compras, cadeias de fornecedores, entre outras medidas, promovem práticas ambientais sustentáveis. Este índice inovador é calculado através da realização de um questionário dirigido aos restaurantes e hotéis. Além de instrumento de avaliação, o Indicador de Sustentabilidade Ambiental é também motivador. Reforço das boas práticas ambientais, poupança de recursos, fomento de rotinas e procedimentos, são algumas das principais melhorias visíveis nos empreendimentos. A partir das respostas obtidas, o guia Boa Cama Boa Mesa premiou os estabelecimentos que se distinguiram pelas melhores práticas ambientais. Em 2016 foi dada especial atenção à integração do setor com a economia local, ao desperdício alimentar e à separação dos resíduos.
No passado dia 20 de março, a Meia e a Minimaratona de Lisboa voltaram a animar as ruas da capital. Com cerca de 50 mil inscritos, foram várias as dezenas de milhar de pessoas que atravessaram a Ponte 25 de Abril logo pela manhã, em direção a Lisboa, com o objetivo de ganhar a prova, melhorar o seu tempo pessoal ou, nalguns casos, simplesmente conseguir chegar ao final da prova. Para tornar mais verde o seu esforço, a Sociedade Ponto Verde e a Câmara Municipal de Lisboa colocaram nos pontos de abastecimento diversas estruturas para os atletas depositarem as garrafas de água vazias com que se hidrataram durante o percurso. Estes contentores de grandes dimensões estavam devidamente identificados, permitindo, com isso, que os atletas tivessem contribuído com cinco toneladas de garrafas enviadas para reciclagem sem terem de interromper a sua corrida.
Sustentáveis, ecológicas e espantosamente úteis, as algas estão presentes em quase todos os produtos de consumo rápido – até no pão. No futuro poderão chegar às indústrias pesadas como alternativa de menor impacto ambiental
Texto Nelma Viana
Se lhe falarmos em erva-patinha, é provável que, pela definição, associe a uma erva aromática. Mas na realidade trata-se de uma alga, mais especificamente da que é usada no sushi e que, embora se apresente com cor negra, pertence ao grupo das algas vermelhas. Esta, a par de outras seis variedades de macroalgas produzidas em Portugal, foi colocada, após vários estudos que comprovaram os seus benefícios para a saúde, na categoria dos superalimentos e representa atualmente, com as suas congéneres, uma das grandes apostas do setor alimentar nacional.
Consideradas matéria-prima de elevada sustentabilidade e essenciais ao equilíbrio do ecossistema, dada a sua importância, semelhante à das plantas terrestres, na absorção de CO2 e libertação de oxigénio, encontram-se facilmente em zonas rochosas das praias da costa atlântica, mas as dificuldades de recolha em determinadas áreas, aliadas ao crescente aumento da procura (que poderia vir a comprometer a sobrevivência de algumas espécies), motivaram a produção em aquacultura pela empresa ALGAplus, sediada em Ílhavo, que explica à Recicla que este método vem, assim, reforçar a manutenção e qualidade destes “legumes do mar”. O processo é simples: “As algas são cultivadas em tanques terrestres alimentados por um sistema de água renovada pelos ciclos de maré da ria de Aveiro, por forma a absorverem os nutrientes provenientes do meio natural sem qualquer tipo de aditivo químico – dependem apenas de luz e dos nutrientes existentes na água para se desenvolverem –, garantindo a certificação biológica da produção.”
Entre 2008 e 2014 foram introduzidos no mercado produtos alimentares inovadores direcionados para a valorização e sustentabilidade dos recursos marinhos, como, por exemplo, o gelado de kefir e algas, o azeite aromatizado com algas e o pão d’algas (que em breve terá uma versão mix para as máquinas de pão), conservas de sardinha com algas e flor de sal com flocos de algas. Em fase de pré-comercialização está já uma refeição pronta de bacalhau com algas e uma tisana funcional de macroalgas.
GAMA VARIADA
Para dinamizar o mercado das macroalgas a ALGAplus lançou as marcas Tok de Mar (produtos alimentares) e SeaOriginals (produtos de bem-estar)
O crescimento das macroalgas e a sua composição química, como acontece com qualquer outra planta, variam entre espécies e dependem da época do ano e de fatores ambientais como a luz, a temperatura e os nutrientes presentes no ecossistema em que se inserem. Por isso algumas espécies exigem uma fase de maternidade, tornando o seu desenvolvimento mais lento, em oposição a outras cujo processo de reprodução é mais simples, podendo crescer alguns milímetros por dia. Ou seja, “cada alga é um espelho da qualidade do meio onde cresce”.
Existem mais de 10 mil espécies de macroalgas marinhas, mas em Portugal, por enquanto, a produção da ALGAplus limita--se a apenas sete espécies, todas com os nomes pelos quais são conhecidas nas regiões onde há registo do seu consumo: alface-do-mar, musgo-irlandês, erva-patinha, botelho-comprido, cabelo-de-velha, fava-do-mar e chorão-do-mar. Em oposição às microalgas, estas veem-se a olho nu e estão agrupadas em três grandes grupos com base nos seus diferentes pigmentos fotossintéticos (verdes, castanhas e vermelhas), composição química e método reprodutivo.
Com uma aplicabilidade muito vasta, atualmente são maioritariamente usadas como matéria-prima na indústria farmacêutica (na produção de medicamentos e produtos cosméticos) ou sob a forma de extratos, em especial no setor alimentar, como espessantes, gelificantes e emulsionantes. Mais comummente, encontram-se na composição de pastas dentífricas, gelados, gelatinas vegetais, champôs, xaropes e, mais recentemente, como clarificante, na cerveja artesanal.
Produzidas em ambiente controlado, as macroalgas são usadas na cosmética e no setor alimentar, como ingrediente natural
No futuro, a jovem empresa de Ílhavo, envolvida em diversos projetos europeus de investigação relacionados com a sustentabilidade, acredita que a democratização da matéria-prima será um processo rápido e espera que esteja para breve a utilização de macroalgas na produção de bioplásticos e tintas ecológicas para a indústria têxtil. Para já, em parceria com a Universidade de Aveiro e empresas locais do setor alimentar, a ALGAplus está já inserida no projeto SHARP, integrado na Iniciativa Portugal2020, com o objetivo de estender a aplicação das macroalgas ao setor alimentar com a criação de “produtos saborosos, que tenham um papel relevante na prevenção de algumas das doenças mais comuns do século XXI”. Exemplo disso é o original Pão d’Algas, um dos produtos sensação da empresa já à venda em Portugal, cujas vantagens em relação ao pão tradicional assentam no facto de este dispensar a adição de sal (justificado pelo sódio naturalmente presente nas algas e sendo, por isso, muito procurado por clientes com restrições alimentares) e de apresentar um elevado potencial nutricional. “E pode ser consumido tal qual o pão dito normal, simples ou acompanhado”, justifica a empresa.
Produção sustentável e certificação biológica
São mais ricas em minerais essenciais como magnésio, ferro, cálcio, iodo e fibrado que alguns vegetais terrestres, revelando ainda em seu benefício um baixo teor de gordura e sal. Pela sua composição naturalmente abundante em vitaminas dos complexos A, B e E e propriedades antioxidantes, a sua utilização funcional revelou-se benéfica no combate à diabetes, doenças cardiovasculares e alguns tipos de cancro.
A marca nacional Bruma criou a primeira torneira monocomando a obter certificação de eficiência hídrica A+ em Portugal. Saiba como pode poupar até 60% da água consumida lá em casa
Texto Bárbara Silva
Que a água é um bem escasso todos sabemos, e as regras para a poupar ao máximo devem ser postas em prática em todos os momentos do nosso dia a dia: quando lavamos as mãos ou os dentes, quando tomamos banho... Foi a pensar nisto que a marca Bruma criou a primeira torneira monocomando a obter certificação de eficiência hídrica A+ em Portugal. A novidade está no facto de todos os componentes desta torneira serem de fabrico nacional. “Parece banal? Mas não é. Afinal, quantos produtos na fase pioneira da certificação energética são de produção 100% portuguesa?”, questiona a marca, garantindo: “É um motivo de orgulho contribuir para uma melhor gestão deste recurso, cada vez mais escasso, que é a água.”
A inédita classificação A+ foi atribuída ao modelo Lusitano, da Bruma, pela Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais (ANQIP), por permitir reduzir o consumo de água até 60%. Sim, leu bem – mais de metade de poupança na água consumida lá em casa. Para bem do ambiente e também da carteira na hora de pagar a fatura da água. “Poderia ser tarefa simples se fosse reduzido o conforto, mas o mérito da inovação está aí: com um limitador de caudal especial, que se ajusta às diferenças de pressão, foi possível manter de forma constante um caudal máximo de cinco litros por minuto. Quem utiliza não tem qualquer perceção de desconforto ou de menos água a fluir, pois um espumador, com a função de misturar o ar com a água, que proporciona um fluxo perfeito”, explica à Recicla Hugo Costa Reis, responsável da Bruma para as áreas de marketing e exportações.
A inédita classificação A+ foi atribuída ao modelo Lusitano, da Bruma, pela Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais, por permitir reduzir o consumo de água até 60%
Cartucho cerâmico Smooth Breeze
Permite uma movimentação suave e mais precisa do mecanismo da torneira, para uma maior eficácia na regulação da temperatura da água e poupança de energia.
Sistema Bruma AirEcoDrop
Proporciona uma poupança de água de 30%. Quando a água é injetada no chuveiro, o ar mistura-se com ela, libertando um elevado número de iões de oxigénio – um litro de água mistura-se totalmente com três litros de ar.
Bruma Pure Life
Com torneiras em aço inoxidável, esta linha utiliza uma matéria-prima amiga do ambiente que não transfere sabor ou elementos tóxicos para a água e é 100% reciclável.
O segredo da poupança de água, e também da energia consumida para a aquecer, reside numa tecnologia inovadora AirEcoDrop, que inclui um cartucho cerâmico Smooth Breeze. A torneira tem também um sistema ColdStart, que permite uma poupança automática de energia com a abertura do manípulo sempre na posição central (em água fria), ou seja: “Só com um gesto claro e intencional (rodando o manípulo para a esquerda) se abrirá a água quente, evitando o tão comum e dispendioso disparo involuntário do esquentador ou caldeira.
Com a escassez de água a nível mundial, cada vez é mais importante os fabricantes de torneiras, como a Bruma, assumirem posições e definirem objetivos exigentes na conceção e desenvolvimentos dos seus produtos. Esta preocupação, naturalmente, traduz-se na consciencialização dos clientes, que procuram soluções com vista à poupança de água pelas duas vertentes: questões ambientais e financeiras”, refere ainda Hugo Costa Reis.
“É um motivo de orgulho contribuir para uma melhor gestão deste recurso cada vez mais escasso que é a água”, refere a marca portuguesa Bruma
A Bruma, cujas origens remontam a 1953, possui várias coleções com diferentes estilos, do mais moderno ao mais clássico, e tem como filosofia a versatilidade, produzindo mais de 30 modelos de torneiras e marcando presença em mais de 20 países. Além da qualidade, preocupa-se também com o ambiente, fazendo uma forte aposta em modelos ecológicos.
No ano de 2007, a empresa, com sede em Vila Nova de Famalicão, ganhou o primeiro prémio do Espaço Inovação Tektónica, por ter sido o primeiro produtor mundial de torneiras em ecobrass, uma liga isenta de chumbo que não contém qualquer resíduo de substâncias tóxicas. A sua composição inclui 76% de cobre, 21% de zinco e 3% de silício, tornando-a amiga do ambiente. Esta matéria-prima inovadora permitiu que o modelo Ecobrass fosse eleito para o projeto de habitação ecológica eHco, da associação ambientalista Quercus, no qual só podem ser introduzidos equipamentos que contribuam para uma casa mais ecológica no âmbito de um desenvolvimento mais sustentável do ambiente.
“Diariamente trabalhamos para incutir nos consumidores, clientes, fornecedores e partes interessadas a tomada de consciência das questões relacionadas com a gestão da água, recurso hídrico vital para garantir a sustentabilidade. É, pois, fundamental minimizar o impacto ambiental combatendo o desperdício e desenvolvendo produtos que garantam o uso eficiente da água”, reforça o responsável da Bruma: “A poupança de água é, mais do que uma preocupação, uma obrigação. Todas as nossas torneiras estão equipadas com sistemas de controlo de caudal, que, misturando ar com água, transmitem a mesma sensação de conforto de um grande caudal mas usando uma quantidade menor de água.” Poupar água, energia e respeitar os recursos naturais do Planeta colocam esta empresa nacional num posicionamento de vanguarda tecnológica.
Presente nas redes sociais e com início no Rock in Rio Lisboa, esta ação tem como objetivo incentivar o público mais jovem a influenciar os festivais de verão a terem uma atitude mais positiva em relação à sustentabilidade
A tradição repete-se a cada ano que passa: mal a primavera chega e os dias mais quentes se fazem anunciar, começam a multiplicar-se os festivais de música de norte a sul do país, de maior ou menor dimensão, dedicados ao rock, ao jazz, à música pop ou eletrónica e até ao fado. De tal forma que Portugal é já famoso pela sua agenda de festivais muito além-fronteiras, atraindo todos os anos milhares de visitantes estrangeiros de mais de 50 nacionalidades diferentes. Em 2015, os eventos de música voltaram a bater recordes, com mais de um milhão de entradas vendidas, e com vários festivais a terem a sua melhor edição de sempre em termos de venda de bilhetes. A sua dimensão mede-se também pelos milhares de toneladas de resíduos de embalagens gerados em cada um deles, que resultam num grande impacto ambiental.
Neste contexto, e tendo em conta que todos os anos a Sociedade Ponto Verde (SPV) marca presença em alguns dos mais importantes festivais de música em Portugal, em 2016 a missão é ir muito além da promoção da reciclagem dos resíduos produzidos nestes grandes eventos e passar para um nível mais elevado de envolvimento e consciência ambiental dos próprios festivaleiros. Para isso foi lançado o movimento #faceforgreen, um movimento social que desafia os jovens a mobilizarem-se por festivais de música mais verdes e com uma postura ambientalmente responsável. A ideia é despertar a consciência de todos em relação aos danos ambientais causados pelos festivais, caso não haja, à partida, uma preocupação por parte das próprias organizações dos eventos.
Presente sobretudo nas redes sociais (através do hashtag #faceforgreen), e com início no Rock in Rio Lisboa, a 19 de maio, esta ação tem como objetivo incentivar o público mais jovem a impactar e influenciar diretamente os organizadores dos festivais de verão e restante público a terem também uma atitude mais positiva em relação à sustentabilidade. Por ser um tema abrangente e comum a todos os festivais de música, o movimento #faceforgreen acredita que através da capacidade que os jovens têm de lançar tendências será possível marcar presença nos cerca de 150 eventos de música espalhados por todo o país, dando início a um movimento de mudança entre todos, desde os próprios festivaleiros até aos artistas, passando pelos media e também pelas entidades organizadoras. O objetivo é que o movimento ganhe força para estar presente em todos os festivais realizados em Portugal e, se possível, também em todo o mundo.
O movimento consiste em convidar as pessoas a partilharem nas suas redes sociais uma fotografia com a cara pintada de verde e a identificação #faceforgreen, mostrando assim o seu apoio à causa. Para aderir basta aceder ao site www.faceforgreen.com, onde é possível conhecer melhor a causa, ver quem já aderiu ao movimento e ainda usar uma plataforma para pintar a cara online. A ideia é que este movimento se torne viral e chegue a formadores de opinião, artistas e, consequentemente, às próprias entidades que implementam os festivais, incentivando-os a adotarem uma postura mais verde. “Movimento gera movimento. Dá a cara pelo que acreditas. Convence os teus amigos. Convence os teus pais. Convence os teus ídolos. Se o mundo mudar, podes sempre dizer que foste tu”, desafia o site www.faceforgreen.com, numa clara mensagem dirigida aos jovens.
VEJA AQUI O VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=P5jF3JonB4M
O movimento #faceforgreen foi criado para combater o desperdício de recursos e incentivar os festivais a serem mais sustentáveis e a terem uma postura mais verde. Para isso é proposto:
• Reduzir o consumo de energia e aumentar a utilização de fontes de energia renováveis
• Reutilizar os materiais das estruturas dos festivais
• Promover a utilização de materiais recicláveis
• Promover a reutilização de materiais dentro dos festivais, combatendo o desperdício
• Aumentar a percentagem de reciclagem e utilização de lixo orgânico para compostagem
• Promover a utilização do transporte público, utilização de bicicleta e car-sharing para reduzir as emissões de CO2
• Reduzir a pegada carbónica dos eventos, compensando o que não puder ser evitado
• Promover a sustentabilidade social: integração de minorias e de pessoas com necessidades especiais e a criação de mais espaços para pessoas com mobilidade reduzida
Para dinamizar ainda mais o movimento #faceforgreen e permitir que os festivaleiros apoiem a causa em diferentes eventos musicais, a Sociedade Ponto Verde marcará presença com um espaço em que disponibilizará tintas verde néon (que brilham no escuro), para que os interessados possam aderir à causa. Pelo recinto estarão também promotores disponíveis para pintar a cara das pessoas, incentivando-as a tirar uma foto e a partilhá-la nas suas redes sociais.
Exemplos a seguir no que à sustentabilidade diz respeito, estes hotéis e restaurantes defendem o ambiente e prestam um serviço mais verde
Texto Fernando Brandão
O Indicador de Sustentabilidade Ambiental, desenvolvido em 2014 pela Sociedade Ponto Verde (SPV), em exclusivo para o guia Boa Cama Boa Mesa, vem reconhecer, pelo terceiro ano consecutivo, os restaurantes e hotéis nacionais que, através do consumo racional de água, da poupança de energia e da gestão de resíduos, promovem práticas ambientais mais sustentáveis. Tendo em conta a avaliação destas mesmas práticas, é atribuído um indicador entre 1 e 5. Conheça a seguir as unidades hoteleiras e os restauramcom os indicadores mais elevados e, por isso, mais amigos do ambiente da edição de 2016 do guia Boa Cama Boa Mesa.
RESTAURANTES
Open Brasserie Mediterrânica
Degust’AR
Alquimia
Paços da Rainha
Viva Lisboa
Ocean
Il Gallo D’Oro
Restaurante da Herdade do Esporão
O Indicador de Sustentabilidade Ambiental, desenvolvido pela primeira vez em 2014, pela Sociedade Ponto Verde (SPV), em exclusivo para o guia Boa Cama Boa Mesa, é calculado através da realização de um questionário dirigido aos restaurantes e hotéis, o qual, para além de instrumento de avaliação, se revela também como forte instrumento de sensibilização pelas questões que aborda, despertando nos destinatários a responsabilidade ambiental que a todos cabe. Reforço das boas práticas ambientais, poupança de recursos, fomento de rotinas e procedimentos, entre outras, são algumas das melhorias visíveis. Muitas delas acabam por ter impacto na redução dos custos operacionais da atividade. A hotelaria é um dos setores em que as preocupações ambientais são mais evidentes e onde os impactos ambientais mais se fazem sentir. Por estas razões, o Indicador de Sustentabilidade Ambiental avalia questões como os consumos de água e energia, a política de compras, as cadeias de fornecedores e de resíduos. Em 2016 é dada, de novo, uma especial atenção à integração do setor com a economia local, ao desperdício alimentar e, naturalmente, à separação de resíduos.
Um exemplo clássico, mas funcional, da política de gestão ambiental dos 3Rs. Nesta herdade aplica-se a “Redução, Reutilização e Reciclagem”, dando especial primazia à redução. Na hora de comprar, dá-se preferência a produtos com o menor embalamento possível ou que utilizem maiores quantidades de material reciclável. Reduziram o plástico, eliminando as garrafas de água, e reaproveitam até à exaustão caixas e paletes e até na construção das vias de acesso usam pedras retiradas das vinhas para pavimentação.
Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz
Tel. 266 509 280
Índice de Sustentabilidade: 4,8
Apresentam um novo conceito gastronómico, que tem como um dos valores centrais a sustentabilidade. Apostam num menu à base de alimentos saudáveis de produção biológica e adquiridos no mercado local. Acrescentam ainda a filosofia de sustentabilidade à mesa, através do projeto Água Inspira. Esta água é filtrada e engarrafada em vidro reciclado. As vendas revertem para a Pump Aid, uma organização não governamental que leva água potável a aldeias da África Subsaariana através da construção de bombas de água, as Elephant Pump.
Rua de Santa Marta, 48, Inspira Santa Marta Hotel, Lisboa
Tel. 918 992 860
Índice de Sustentabilidade: 4,8
Tem uma pequena horta biológica no telhado do restaurante este premiado chefe portuense, construída pela empresa portuense Noocity, que aposta num sistema de subirrigação chamado growbed. Dali saem os microlegumes que utiliza nas confeções diárias do restaurante, como brócolos, alho-francês, alfaces, favas, ervilhas de quebrar. Tudo para enaltecer o sabor autêntico dos ingredientes. Nos dias mais quentes, a própria horta pode servir de cenário para reservados jantares, até um máximo de 20 pessoas.
Rua Padre Luís Cabral, 974, Porto
Tel. 220 115 986
Índice de Sustentabilidade: 4,8
Sempre que possível, há cogumelos na carta deste restaurante, no H2otel Congress & Medical Spa, não fosse o chefe um verdadeiro alquimista na transformação deste produto. A sala é vasta, luminosa, com vista para a inspiradora serra da Estrela e a ementa constituída por duas opções: à carta ou em serviço de buffet. Em qualquer dos casos, os sabores servidos à mesa espelham o sabor da montanha, graças ao recurso a produtos biológicos adquiridos a pequenos produtores locais.
Avenida das Termas, Unhais da Serra
Tel. 275 970 020
Índice de Sustentabilidade: 4,6
Numa sala elegante e apoiado num excelente serviço de vinhos, a ementa do restaurante surge sem exageros cénicos ou técnicas galáticas. Em menu de degustação ou à carta, que também disponibiliza uma secção para partilhar, o Alentejo apresenta-se bonito, elegante, sem ser extravagante. Privilegia a utilização de produtos produzidos nas quintas da região, normalmente adquiridos, quando o sol se levanta, nos mercados locais e através de visitas a quintas de produtores locais.
Hotel M’AR De AR Aqueduto,
Rua Cândido dos Reis, 72, Évora
Tel. 266 740 700
Índice de Sustentabilidade: 4,6
Benoît Sinthon leva à mesa o requinte da cozinha aromática, sempre com inspiração mediterrânica. Os ingredientes provenientes da própria ilha da Madeira fazem com que os produtos frescos tenham um papel fundamental nas propostas que apresenta, normalmente adquiridos mal as portas abrem no Mercado dos Lavradores, no centro do Funchal. Os pratos combinam ingredientes locais, alguns apanhados pelo chefe em passeios pela ilha, misturados com outros de várias outras regiões.
The Cliff Bay, Estrada Monumental,
147, Funchal
Tel. 291 707 700
Índice de Sustentabilidade: 4,6
Garantem que em cada criação o produto é o rei, define o menu, evocando uma descoberta ou uma abordagem nova. Após seleção criteriosa, de acordo com a sazonalidade e identidade cultural, o produto é estudado para depois ser explorado em todas as dimensões. A ligação do restaurante com a Herdade dos Grous garante à cozinha acesso total a carnes de bovino, suíno e ovinos, além de vegetais biológicos de elevada qualidade, que usa em cada carta. A Herdade produz alecrim, poejo, tomilho-limão, cebolinho, manjericão, além de azeite biológico e vinho de grande qualidade.
Vila Vita Parc, Alporchinhos
Tel. 282 310 200
Índice de Sustentabilidade: 4,6
Os produtos certificados, a carne de raça biológica e os legumes dos terrenos ao lado do restaurante ajudam na excelência do resultado. Com uma carta genuinamente tradicional, utiliza o melhor de cada colheita, apostando em compotas e queijos de pequenos produtores. Verdadeiramente impressionante é a garrafeira, com as melhores referências do Douro e vinhos que pouca gente conhece.
Rua da Praça, 72-A, Ervedosa do Douro
Tel. 254 423 466
Índice de Sustentabilidade: 4,6
São fundamentais na conceção dos menus os produtos frescos, de época, e preferencialmente de origem nacional. Pratica-se uma cozinha de autor que aposta na vanguarda, investigação e criatividade. Os pratos são, como seria de esperar, de fusão, com uma aposta nos produtos frescos. Assume-se também aqui a filosofia do hotel onde está integrado, como a contribuição para um planeta mais puro, mais limpo e mais responsável. Para tal controlam as poupanças energéticas, reduzindo o consumo de energias não renováveis e emissão de CO2, assumindo também o compromisso de prevenção da poluição e da gestão adequada dos resíduos e dos recursos naturais, como água e energia.
Neya Lisboa Hotel, Rua D. Estefânia, 71, Lisboa. Tel. 213 101 801
Índice de Sustentabilidade: 4,6
A sala do restaurante foi decorada com bom gosto, classe e caráter. As cores cinza, branco, preto e os amarelos das cadeiras dão as boas-vindas a uma casa que se destaca por si própria, com gastronomia de assinatura e pratos surpreendentes. As produções biológicas, provenientes de pequenos produtores e cultivadas segundo princípios ecológicos, são frequentemente utilizadas na ementa, apresentando o restaurante um cuidado suplementar no tratamento de resíduos. A envolvente do espaço, uma propriedade de 24 hectares, reforça o empenho ecológico aplicado a toda a unidade hoteleira onde se integra.
Palace Hotel Monte Real, Rua de Leiria, 1, Monte Real
Tel. 244 618 900
Índice de Sustentabilidade: 4,5
HOTÉIS
Vila Vita Parc
Design & Wine Hotel
Rio do Prado
H2otel Congress & Medical Spa
Neya Lisboa Hotel
Hotel Lusitânia Congress & Spa
Douro Royal Valley Hotel & Spa
Torre de Palma Wine Hotel
Hotel dos Carqueijais
Real Abadia Congress & Spa Hotel
Neste hotel lisboeta controlam-se as poupanças energéticas, reduzindo o consumo de energias não renováveis e emissão de CO2, além de assumirem um compromisso de prevenção da poluição e da gestão adequada dos resíduos e dos recursos naturais, nomeadamente água e energia. Apostam ainda na sensibilização e formação contínua dos colaboradores em questões relacionadas com a qualidade, ambiente e segurança. Os quartos oferecem sugestões de poupança e mensagens ecológicas, de forma a sensibilizar os clientes para uma maior consciência ecológica depois de uma visita.
Rua D. Estefânia, 71-77, Lisboa
Tel. 213 101 800
Índice de Sustentabilidade: 4,8
Insistem num consumo racional de água, numa poupança de energia e numa eficaz gestão de resíduos. Apresentam também preocupação com a sustentabilidade aos mais diversos níveis, usando roupa de cama e atoalhados portugueses e confecionados à mão. Nos restaurantes do grupo há uma oferta única de produtos orgânicos e carnes biológicas. Atualmente, o Vila Vita Parc Hotel está a implementar um método sustentável de rega dos jardins e de enchimento das piscinas com água do mar através de um processo de dessalinização por osmose.
Rua Anneliese Pohl, Alporchinhos
Tel. 282 310 100
Índice de Sustentabilidade: 4,8
Também desenhado para turismo de saúde, destaca-se pela oferta de atividades relacionadas com água, com a piscina a ser o centro de todas as atenções, com diversas áreas de diversão, incluindo a possibilidade de nadar até ao exterior, com água a 30ºC, mesmo quando neva ou estão temperaturas negativas. Tem ainda uma ampla oferta de tratamentos centrados no Aquadome, que vão da fisioterapia ao termalismo, passando pela vertente wellness. Perfeitamente integrados na paisagem, mesmo ao lado do Parque Natural da Serra da Estrela, protegem a fauna e a flora local, procurando em cada atividade reduzir a pegada ecológica.
Avenida das Termas, Unhais da Serra
Tel. 275 970 020
Índice de Sustentabilidade: 4,7
Definiram objetivos relativos aos aspetos ambientais relacionados com energia, água, resíduos, químicos e transportes. Para tal tomaram medidas que demonstram eficiência energética, gestão adequada de resíduos, consumo reduzido de água e de detergentes. Através do Sistema de Gestão da Qualidade pretendem prestar a todos os clientes um serviço hoteleiro de qualidade, com segurança e preocupações ambientais. Foram também implementadas medidas de utilização racional de água e energia, bem como a utilização adequada de detergentes e desinfetantes. Os resíduos são geridos igualmente de forma apropriada e amiga do ambiente.
Praça Conselheiro Silva Torres, 8, Caminha Tel. 258 719 040
Real Abadia Congress & Spa Hotel
Índice de Sustentabilidade: 4,7
Assumem o compromisso de desenvolver e implementar continuamente medidas de conservação dos recursos naturais. Pretendem deste modo reduzir o impacto ambiental e prevenir a poluição. Na política de sustentabilidade apresentada há empenho em reduzir e controlar os consumos energéticos e de matérias-primas, bem como em otimizar recursos, principalmente no uso de materiais reciclados/recicláveis. Dão igualmente atenção aos princípios de gestão de resíduos de embalagens, dando-lhes os destinos finais adequados.
Rua da Escola, Alcobaça
Tel. 262 580 370
Índice de Sustentabilidade: 4,7
A diferenciação do conceito deste hotel está na integração de largas dezenas de medidas ecológicas que os hóspedes podem observar e partilhar. Entre elas está a certificação A+ de todas as unidades de alojamento, o aquecimento solar das águas dos banhos e máquinas de lavar roupa e louça, coberturas verdes nos edifícios de alojamento, restaurante, auditório e spa e ainda o uso de paredes em betão com percentagem elevada de cinzas provenientes de central termoelétrica. Há ainda lagos com predadores naturais, que contribuem para um maior equilíbrio ecológico. Da horta chegam alguns produtos servidos no restaurante Maria Batata, integrado na unidade.
Rua das Poças, Arelho
Tel. 262 959 623
Índice de Sustentabilidade: 4,7
Foi o primeiro hotel biológico de Portugal, com uma quinta orgânica e um jardim de flores que estão à disposição dos clientes para visitas. Dedicados aos mais novos, além de lhes mostrar a proveniência dos produtos, ensina-os a conservar e a preservar o meio ambiente e a preferirem alimentos saudáveis. O restaurante do hotel é um cartão de visita da vertente biológica, uma vez que serve pratos confecionados com produtos da horta, que também dispõe de árvores frutíferas.
Urbanização Quinta das Covas, 34, Guarda
Tel. 271 238 285
Índice de Sustentabilidade: 4,6
Os quartos amplos e impecavelmente decorados, com gosto e requinte, fazem da estada uma experiência inolvidável. A história do edifício começa em 1338, mas hoje continua a ser escrita, desta vez na arte de bem receber. O restaurante, uma aposta mais recente, alia modernidade e tradição. Para a confeção de uma genuína comida alentejana utilizam os produtos criados e cultivados na quinta, tratados de forma ambientalmente sustentável. Proporcionam visitas e dão explicações sobre a política ecológica da propriedade.
Herdade de Torre de Palma, Vaiamonte
Tel. 245 038 890
Índice de Sustentabilidade: 4,6
Tencionam destacar-se como uma unidade sustentável a nível ambiental e para isso têm vindo a desenvolver diversas iniciativas, merecendo destaque a implementação de painéis solares para aquecimento de águas sanitárias, bem como da água das piscinas e apoio ao SPA. Criaram também programas de interação com entidades públicas e privadas da região e posteriores ações educativas e de sensibilização da comunidade onde estão inseridos.
Portela do Rio Pala, Baião
Tel. 255 070 900
Índice de Sustentabilidade: 4,5
A vista desafogada sobre o vale da Cova da Beira, com a Covilhã como pano de fundo e, no inverno, a montanha pintada de branco, é só um dos motivos que justifica a subida à serra da Estrela. Lá em cima, a 1100 metros de altitude, encontra um hotel preparado para receber à boa maneira serrana, com 50 quartos amplos e totalmente equipados, dos quais 10 de luxo e uma suíte, sala comum com lareira, piscina exterior com varanda panorâmica e um restaurante que honra a boa gastronomia local. Dada a localização, são aplicadas políticas rigorosas de controlo ambiental, de modo a preservar o Parque Natural da Serra da Estrela.
EN 339, Penhas da Saúde
Tel. 275 319 120
Índice de Sustentabilidade: 4,5
Contrariar a ameaça de extinção das espécies é a missão do Jardim Zoológico. O objetivo está a ser cumprido e há dezenas de crias para conhecer - algumas já extintas no habitat natural
Texto Nelma Viana Fotos Gonçalo Villaverde
O Jardim Zoológico está cheio de bebés. Centrando a sua missão na preservação das espécies, os números divulgados por Tiago Carrilho, biólogo responsável pelo Centro Pedagógico, apontam para cerca de 150 a 200 nascimentos por ano de um total de 70 espécies, colocando o Jardim Zoológico de Lisboa no primeiro lugar do ranking dos centros com taxas de reprodução mais elevadas da Europa. Só nos últimos meses, a família aumentou consideravelmente, com mais de 10 espécies a acrescentarem novos membros aos seus núcleos.
A organização das instalações pode justificar parte do sucesso, mas os bons resultados devem-se sobretudo ao respeito e estudo aprofundado das espécies. Tiago Carrilho explica à Recicla que, “antes de se poder pensar na reprodução, é preciso conhecer as características de cada espécie, analisar o seu comportamento no habitat natural e adequá-lo ao ecossistema do Jardim Zoológico, para proporcionar o maior bem-estar possível aos animais, já que estes só se dispõem a acasalar quando se sentem verdadeiramente em casa”. E se com algumas espécies este processo é relativamente fácil, com outras são precisos alguns truques de gestão. Como é o caso do ocapi, cujo método de acasalamento obrigou a um reajustamento das instalações, com a criação de um declive no terreno para minimizar as diferenças de porte entre machos e fêmeas. “São pequenos pormenores que fazem toda a diferença”, explica o biólogo enquanto apresenta a cria com seis meses de vida, que veio contrariar a ameaça de extinção desta espécie, conhecida pela timidez e modo de vida solitário.
Já o panda-vermelho, admite Tiago, “foi um fenómeno”.
Apesar da sua capacidade de adaptação, esta espécie nativa das montanhas do Nepal é conhecida pelas dificuldades de procriação na vida selvagem. Adivinhava-se uma dor de cabeça quando o primeiro casal chegou a Lisboa, depois de outros congéneres europeus terem tentado, sem sucesso, aumentar a espécie. Em menos de três meses cá, conseguiu--se o acasalamento, e hoje, diz o técnico, “a cria é uma das que desperta mais curiosidade nos visitantes pelas suas características físicas, que, apesar da designação, não se assemelham às do panda. Há até quem diga que parece uma mistura entre uma raposa e um urso numa versão mais fofinha”.
Outra espécie com um recém-nascido: o gibão-de-mãos-brancas, que forma casais para a vida
Durante anos os jardins zoológicos iam buscar os animais à Natureza, mas hoje em dia o processo inverteu-se, muito por causa do ideal de conservação de espécies, que determina um dos pilares de funcionamento da Rede Europeia de Jardins Zoológicos e Aquários, na qual se inclui o de Lisboa. Atualmente, o que se pretende é devolver ao ecossistema selvagem o maior número possível de animais.
O órix-de-cimitarra, espécie oriunda dos desertos do Norte de África praticamente extinta na Natureza, é um bom exemplo desse trabalho. As duas crias nascidas em Lisboa em novembro do ano passado trouxeram nova esperança à preservação e eventual reintrodução da espécie no seu habitat natural. Mas para isso, justifica Tiago Carrilho, “é preciso acompanhar de perto a evolução de cada animal e prepará-lo para a vida fora do cativeiro”. Por isso todos os dias são lançados novos desafios aos animais, de forma a estimular os seus comportamentos naturais, como, por exemplo, dificultar o acesso à comida. “Uma reintrodução só pode considerar-se bem sucedida se o animal se ambientar ao local sem dificuldades e se for capaz de desenvolver as capacidades de se alimentar e reproduzir.”
Com os gorilas, uma das espécies de primatas mais ameaçada pela caça para alimentação humana e destruição do habitat, a reprodução (que só pode acontecer com intervalos de quatro a seis anos) foi uma vitória. Em março de 2015 nasceu Jahari, cujo nome significa “forte e poderoso”, e que estará até ao próximo ano dependente do leite da mãe. Tiago admite, aliás, que é com as crias de espécies primatas que os visitantes estabelecem maior empatia, por conseguirem identificar-lhes comportamentos semelhantes aos dos humanos, especialmente no tipo de brincadeiras e na ligação com a mãe.
O mesmo se comprova com os orangotangos-de-sumatra, onde também há um novo elemento a alegrar a colónia, e com o gibão-de-mãos-brancas, que recebeu recentemente um recém--nascido e que tem a particularidade de ser uma das raras espécies que forma casais para a vida.
Em março de 2015 nasceu o gorila Jahari, cujo nome significa “forte e poderoso”
A sustentabilidade do Jardim Zoológico depende de uma gestão populacional cuidada. O espaço é limitado e, como tal, as colónias não podem crescer desordenadamente. “Isso raramente acontece”, diz Tiago Carrilho, explicando que de vez em quando é preciso realojar os “hóspedes” em excesso noutros jardins zoológicos onde possam ser úteis para acasalamento. Foi o que aconteceu com o hipopótamo Zé Maria, que trocou Lisboa por Turim, onde havia necessidade de manutenção e preservação da espécie. A ocupar o lugar de mais novo da família está agora um bebé de um ano, que, apesar da tenra idade, já manifesta uma das principais características desta espécie: a territorialidade.
Também as chitas levam este assunto do território muito a sério, sendo que no seu caso específico a discussão acontece entre machos e fêmeas, que só se podem ver no momento da cópula. Ao contrário do que seria de esperar de um felino que em apenas quatro segundos consegue atingir uma velocidade de 120 km/hora, a agilidade não é a sua maior virtude. Têm força explosiva, mas aguentam pouco tempo a correr. Em compensação, aos três anos de idade estão completamente aptos a caçar e é nesse momento que se tornam independentes da mãe. Com alguma paciência e olho atento é possível acompanhar a rotina da supermãe chita, sempre com muita atenção às três crias acabadas de nascer.
Igualmente reservadas são as girafas, que em dias de chuva não se mostram a ninguém. Para ver a nova mascote de cinco meses, o ideal é esperar por um dia soalheiro. A Recicla não teve grande sucesso, tendo avistado somente um focinho curioso, que se mostrou com a mesma rapidez com que se escondeu perante os olhares estranhos. Mas Tiago aproveitou para esclarecer alguns mitos em relação à espécie. Sabia que as girafas têm sete vértebras no pescoço, tal como nós? Surpreendente é também o facto de o seu coração poder pesar qualquer coisa como 12 kg – faz sentido se pensarmos que o músculo cardíaco é responsável por fazer chegar o sangue ao cérebro e que, no caso das girafas, há muito pescoço pelo caminho. Na verdade, as crias podem nascer com 1,90 m e crescer até aos seis metros de altura.
Mas mesmo impressionante é estar presente quando nasce uma cria. “Já aconteceu com o órix-austral durante uma visita guiada e pode acontecer a qualquer momento. Basta aparecer e observar com atenção, respeitando sempre o espaço físico e emocional dos animais.” O convite está feito: venha dar as boas-vindas aos novos habitantes do Jardim Zoológico.
VEJA AQUI O VÍDEO: https://youtu.be/pqErWJBhD1k
São animais muito territoriais desde tenra idade
Os hipopótamos, apesar de gordinhos, conseguem correr a uma velocidade de 45 km/hora. Não têm predadores na Natureza e, ao contrário do que se julga, não estão sempre dentro de água. Mas é lá que acasalam, dão à luz e amamentam as crias.
Novo elemento veio animar a colónia de Lisboa
Os orangotangos-de-sumatra não sabem nadar porque as suas omoplatas não lhes permitem fazer o movimento rotativo do braço. Por esse motivo, dificilmente se aproximam de água, especialmente se não conseguirem ver o fundo. Têm uma memória 30% superior à humana e são capazes de construir os seus próprios utensílios de caça.
Esta espécie está ameaçada de extinção na Natureza
O ocapi só foi descoberto em 1919, no coração da floresta tropical, e é conhecido como “girafa da floresta”, pelas suas patas às manchas, que servem de camuflagem contra os leopardos – o seu maior predador. É geralmente um animal muito tímido e um dos poucos herbívoros que vive de forma solitária. Têm a particularidade de o macho ser mais pequeno do que a fêmea e a sua língua pode chegar a 60 cm de comprimento.
Novas crias trazem esperança à preservação
A extinção do órix-de-cimitarra do seu habitat natural deveu-se, em grande parte, à caça por parte das tribos africanas, que acreditavam que eram animais possíveis de domesticar. Desapareceram da Natureza há cerca de 20 anos, mas foram recentemente reintroduzidos num deserto norte-africano e estão em observação até estarem aptos a sobreviver em ambiente selvagem.
As crias podem nascer com 1,90 m de altura
As girafas dormem apenas uma hora por dia e sempre de pé, pois deitadas ficam vulneráveis aos predadores. Quando querem comer do chão, afastam as patas, numa acrobacia impressionante. As manchas do pelo permitem aguentar temperaturas muito elevadas.
São cerca de 300 produtos a granel que, mais do que recuperar a tradição das mercearias antigas, pretendem relembrar o impacto do desperdício alimentar e devolver ao cliente a noção de consumo sustentável
Texto Nelma Viana
A História é cíclica e o ser humano é perito em recuperar tradições que se pensavam já extintas. E há ideias que em boa hora regressam. É o caso da Maria Granel, uma “senhora” que, pelo nome, aparenta certa idade, mas que, quando vista de perto, tem tanto de fresca como de atual. Não se trata realmente de uma pessoa, antes de um supermercado biológico que trouxe do antigamente não só o nome, como, e sobretudo, o apelido.
Aqui, nesta mercearia de Alvalade, em Lisboa, vende-se tudo a granel – tal e qual as mercearias antigas, onde os fregueses se abasteciam à medida das suas necessidades –, mas desengane-se quem achar que a moda do revivalismo esteve na base da criação deste negócio. Na realidade, este tipo de negócio já prosperava por outros cantos da Europa quando Eunice e o marido, Eduardo, decidiram devolvê-lo a Lisboa. “As nossas memórias estão particularmente associadas ao campo e à terra [Eunice é minhota e Eduardo açoriano] e são essas raízes que definem a nossa identidade. Queríamos dar continuidade a esse património afetivo e este projeto é isso mesmo: um regresso às origens, um regresso a casa”, contam.
Mais do que recuperar o ambiente comercial dos tempos de infância, o objetivo foi apresentar uma alternativa de consumo consciente e sustentável, onde o cliente não fica limitado aos produtos embalados, devolvendo-lhe a liberdade de escolher a quantidade de produto que deseja. “Para quê adquirir um pacote inteiro quando na verdade só se deseja provar um bocado?”, questiona Eunice, lembrando que a lógica atual de mercado empurra para o consumo desmedido e irresponsável.
Na Maria Granel, os fregueses levam os seus próprios sacos ou recipientes para reduzir o desperdício
Mas já não tem de ser assim. A Maria Granel chegou para pôr ordem no desperdício e assume-se, assim, como a primeira mercearia biológica exclusiva de produtos a granel em Portugal. Com um portefólio com mais de 300 produtos, a loja está organizada por secções e são os clientes que vão sugerindo novos acrescentos à enorme variedade já existente de especiarias e temperos, algas, chás e infusões, superalimentos, arroz (há mais de 20 variedades, desde o tradicional ao selvagem, passando pelo vermelho), chocolate, farinhas, leguminosas, cereais, pão, café, azeitonas, ovos e mel de urze. Também há gomas e bolachas numa ilha especialmente dedicada aos doces, mas o que torna esta Maria ainda mais diferenciadora é o facto de não haver embalagens. Numa decisão consciente e deliberada, o cliente é incentivado a trazer os seus próprios recipientes e a descontar o seu peso no produto final – em último caso, pode adquirir sacos de papel reciclado e frascos de vidro de diferentes dimensões na loja, mas idealmente não é isso que se pretende e, para boa surpresa do casal, a esmagadora maioria dos clientes já vai preparada para essa situação. “Basta este gesto para ter um impacto considerável na redução das emissões de CO2 e na quantidade de resíduos produzidos”, conta Eunice à Recicla.
A proximidade entre o produtor e o consumidor também é uma das grandes apostas desta mercearia, para que quem chega estabeleça imediatamente uma relação de confiança com os produtos que vai adquirir, com a garantia de que aqui não há ingredientes geneticamente modificados e tudo o que está à disposição tem selo de garantia no que diz respeito aos métodos de produção natural, orgânica e biológica e sem impacto agressivo no ecossistema. Para isso, diz Eunice, “os fornecedores da loja, nacionais e internacionais, foram selecionados com base nos nossos valores comunitários de qualidade e sustentabilidade e, sempre que possível, estão devidamente identificados junto dos seus produtos”. Dar prioridade à produção nacional é uma das missões do negócio, mas Eunice admite que o mercado de produção biológica em Portugal ainda revela algumas falhas em variedade de produtos e métodos de abastecimento. Nesse caso, e porque a ideia é oferecer aos clientes produtos suficientes que evitem deslocações a supermercados convencionais, recorre-se à importação.
Para já, o objetivo continua a ser conquistar público de diversas faixas etárias, mas, como essa missão já está a ser levada a cabo com sucesso – os elogios são constantes e há cada vez mais clientes fidelizados –, a ideia é continuar a passar a mensagem na esperança de reeducar os hábitos de consumo dos portugueses. Ou, em última análise, lembrá-los de que antigamente é que era.
Todas as quintas-feiras, das 19h às 20h, a mercearia transfigura-se para dar lugar a um espaço de convívio e partilha à volta da mesa. As Quintas da Maria inauguram um calendário de programação com oficinas, workshops, showcookings, conversas, degustações e apresentações de livros subordinados à temática da sustentabilidade e alimentação saudável, pilares fundamentais deste projeto. Outra novidade são os sacos de compras de pano (em vários tamanhos), para guardar os produtos até chegar ao balcão ou levar para casa. “Ao recorrer a sacos de algodão, estamos a diminuir o desperdício e a evitar embalagens”, garante Eunice.
A Green Boots é uma marca portuguesa que alia a tradição à sustentabilidade. O ecoempreendedor Pedro Rente Lourenço conta à Recicla a história desta empresa
Texto Inês Correia
Apesar do design moderno, a história que inspirou a criação da marca Green Boots não é recente. Esta empresa de Leiria recuperou as botas de trabalho típicas dos anos 50 do século XX com o intuito de continuar uma tradição bem portuguesa. À história do calçado português decidiram acrescentar outro elemento: a sustentabilidade. Este passo foi dado de forma natural, como conta Pedro Rente Lourenço, fundador e gestor de inovação da Green Boots, à Recicla: “Cruzámo-nos, um pouco por acaso, com esta indústria, e a vontade de trabalhá--la foi quase imediata.” Respeitando os métodos tradicionais da produção de calçado, com a qualidade associada, e pretendendo reconhecer os artesãos que se dedicam de geração em geração a esta profissão, a Green Boots vai ainda mais além. A sustentabilidade e a opção por estratégias amigas do ambiente foi uma preferência quase obrigatória. “Todos devemos ter um papel ativo na proteção do ambiente, e por isso empregamos materiais reciclados no processo de produção”, referiu à Recicla o responsável desta empresa.
Além da tradição, a sustentabilidade ambiental é um dos temas onde a empresa pretende mesmo manter uma participação ativa, através da pedagogia: “Não é por um produto ser reciclado que a qualidade será menor. No caso das solas em pneu reciclado, a qualidade e o conforto aumentam consideravelmente. No limite, as botas podem durar uma vida.”
O processo de produção das Green Boots é assim composto por vários materiais reciclados, como a corticite e o pneu reciclado. “Utilizamos peles tratadas sem recurso a alguns químicos nocivos, como é o caso do crómio”, acrescenta o empreendedor. E a cadeia de valor da sustentabilidade aumenta quando existe uma preferência por produtos locais, regionais e nacionais. “Tanto quanto possível, a Green Boots é orgulhosamente 100% portuguesa”, comenta Pedro Rente Lourenço, sublinhando que adquirir produtos ecológicos já não é um estigma e os produtos da Green Boots são uma prova disso.
Apesar de os níveis de produção oscilarem bastante consoante a época do ano, Pedro Rente Lourenço, fundador da Green Boots, refere que, em média, a empresa produz cerca de 240 a 250 pares de sapatos por mês. No entanto, este número pode chegar a atingir 700 pares mensais no início da produção de novas coleções, por exemplo. Neste momento, a marca está presente em mais de 40 retalhistas em Portugal. A exportação para a Europa é uma aposta forte.
Pedro Rente Lourenço reconhece que a aceitação tem sido boa e acredita que existe já um carinho pela marca, devido aos “valores que defendemos e por nos assumirmos como orgulhosamente portugueses”. O empreendedor admite ainda que estar presente em mais de 40 retalhistas a nível nacional e estar a ganhar força na exportação das Green Boots para a Europa são fatores que podem ajudar a medir o nível de trabalho e empenho da marca.
A parceria com a artista plástica Joana Vasconcelos resultou deste mesmo empenho. “Poder trabalhar com uma artista de renome, com provas dadas na sua área, foi um orgulho e um prazer. O modelo Joana Vasconcelos fez furor junto do público”, conta. A ideia surgiu depois de um contacto direto com a artista e resultou numa bota única, desenhada a laser pela própria Joana Vasconcelos. O modelo pertence a uma edição limitada de 599 pares, em alusão aos 599 anos dos Descobrimentos Portugueses.
Para o futuro, Pedro Rente Lourenço espera continuar a reforçar a internacionalização da marca, através do conceito e do fascínio pela aliança entre a herança deixada pelos artesãos sapateiros e a modernidade, acrescentada pelo conceito da sustentabilidade. “Queremos levar este espírito a mais sítios, atingir mais pessoas e apaixoná-las pelo mesmo conceito que nos continua a fascinar todos os dias”, afirma. Continuar a inovar mantendo as raízes do projeto e continuar a trabalhar nos valores e história da marca é igualmente um dos intuitos deste empresário.
Processo Goodyear welt
As Green Boots seguem o processo de cosedura Goodyear Welt, com modificações para aumentar a qualidade. Este processo implica que a pele seja cosida duas vezes à sola
Materiais
O processo de produção da marca é composto por vários materiais reciclados, como a corticite e os pneus. As peles são tratadas sem recurso a químicos nocivos
Edição limitada “desenhada” a laser pela artista plástica Joana Vasconcelos
Grupo Amorim apresenta a cortiça aliada às tecnologias de última geração, Corcktech, ao design de interiores e à ecologia
Texto Diana Garrido
Chamam-se Authentica e Reclaimed, são elegantes, originais e discretas. Parecem pedra, vinil ou madeira, mas são feitas de cortiça: são os novos pavimentos da Amorim, coleção da marca premium Wicanders, inspirados pelas novas tendências do ecodesign e “desenvolvidas em estreita coordenação com as tendências do mercado de design de interiores”, diz-nos Carlos de Jesus, diretor de Comunicação e Marketing da Corticeira Amorim. “A Reclaimed, inteiramente concebida a partir de visuais de madeiras e pedras, com uma aparência típica de recuperação de peças únicas, inspirou-se numa nova tendência que privilegia o recurso a materiais ecológicos e reutilizáveis”, explica Carlos de Jesus. Este visual é possível através da tecnologia de impressão Realistic Surface.
Já a Authentica, a outra menina dos olhos da Amorim, “assinala uma mudança de paradigma nos pavimentos de vinil e surge como resposta à grande apetência do mercado por soluções deste tipo”. Com uma composição que integra duas camadas de cortiça, todo o pavimento da coleção Authentica tem uma maior performance técnica no que diz respeito à redução de ruído, bem como ao isolamento térmico.
Estes dois pavimentos não nasceram de um dia para o outro. O trabalho começou com a “identificação de uma clara tendência nos mercados para o reaproveitamento de materiais previamente existentes, dando-lhes um novo uso”, conta o responsável. Assim, a ideia da linha Reclaimed “foi então trabalhada ao longo de todo o ano de 2015 pela equipa de designers, resultando num conjunto de visuais que foram lançados em janeiro de 2016”. Já a nova linha de produtos Authentica, “por se tratar de uma mudança de paradigma na forma de conceber pavimentos de vinil, trouxe maiores desafios em termos de desenvolvimento da estrutura do produto e da sua forma de produção”.
Foi preciso uma equipa multidisciplinar alargada, que incluiu criação do conceito e protótipos, testes de campo, testes industriais, entre muitos outros, iniciados em 2014. Dois anos depois, em janeiro de 2016, a Authentica foi finalmente lançada.
Além das óbvias vantagens ambientais, estes novos pavimentos têm mais-valias estéticas, aumentando a oferta de visuais da marca Wicanders, “a pensar nos consumidores que conhecem e valorizam os benefícios de um piso de cortiça, mas que preferem a estética de materiais como a madeira ou a pedra”, bem como mais-valias relacionadas com a performance técnica: “No caso da Authentica, acresce um novo benefício de desempenho relacionado com o aumento de cortiça de 2,7 milímetros. No total, o núcleo do pavimento passa a contemplar quatro milímetros de espessura, com melhorias de desempenho em termos de resistência térmica, com ganhos de 18%, e de redução de ruído, na ordem dos 6%”, garante Carlos de Jesus.
A Corticeira Amorim planeia continuar a investir internacionalmente na cortiça como material para a arquitetura e o design de interiores. Assim, a ideia é desenvolver parcerias com arquitetos e designers nacionais e estrangeiros, bem como continuar a fomentar a sua utilização e a mostrar todo o seu potencial técnico e estético em eventos internacionais.
A preocupação com o ambiente não é uma nova tendência para a Amorim, refere o diretor de Comunicação e Marketing, fazendo parte dela “desde a sua criação”. Com mais de 140 anos de história e uma atividade que assenta num material 100% natural, renovável e reciclável, a Corticeira “é responsável pela preservação de um importante ecossistema (as florestas de sobro) que existe na Bacia Ocidental do Mediterrâneo.” Segundo Carlos de Jesus, “é a extração da cortiça que mantém a vitalidade destas florestas e que promove o desenvolvimento económico, ambiental e social que lhe está associado”. Com vista a manter essa vitalidade, a Amorim tem um processo produtivo integrado, que consiste na reutilização de todos os subprodutos que resultam da transformação da cortiça.
A utilização da cortiça enquanto matéria--prima para toda a espécie de produtos é uma enorme mais-valia, não só para o ambiente, já que é um material 100% natural e reciclável, como para os consumidores, uma vez que “a cortiça reúne em si um conjunto de características que dificilmente se encontram num só material”, avança Carlos de Jesus. A sua utilização em pavimentos é potenciada com a tecnologia de última geração chamada Corktech e que permite os tais benefícios de isolamento térmico e acústico. Por outro lado, e não menos importante, permitem maior conforto ao caminhar. Ganha o ambiente e… o corpo.
Desde 2008 que a Corticeira Amorim tem vários programas de reciclagem de rolhas em países como os EUA, França, Itália, Portugal, Espanha e África do Sul. Embora nunca mais seja incorporada em rolhas, a cortiça reciclada pode integrar todas as outras soluções de cortiça, garantindo os benefícios de utilização do material, como a retenção de CO2.
Cada vez mais o futuro do ambiente pode passar por contentores PAYT – Pay-As-You-Throw – para impulsionar a separação do lixo e a reciclagem. A Sopsa foi a escolhida para fornecer e instalar 72 destes contentores em França
Texto Diana Garrido
Aideia é simples e ao mesmo tempo inovadora: a população passa a ter a responsabilidade de depositar em contentores semienterrados não só o lixo doméstico, mas também papel, cartão, plástico, metal e vidro, através de um sistema de controlo PAYT (Pay-As-You-Throw). Isto significa que para conseguir depositar o lixo (apenas na zona dos resíduos indiferenciados) é necessário pagar uma tarifa e, portanto, quanto mais lixo produzir e depositar, mais o cidadão paga. Foi com esta ideia em mente que a associação de municípios de Soule-Xiberoa, na região dos Pirenéus franceses, escolheu a empresa portuguesa Sopsa para um projeto inovador de otimização de recolha de resíduos. O grande objetivo deste projeto pioneiro, inserido no programa Op’, implementado a nível local no âmbito da gestão ambiental, é, acima de tudo, a redução em pelo menos 30% do volume de lixo doméstico através da separação e reciclagem. “Como estes contentores estão equipados com um sistema de controlo de acesso na fileira dos indiferenciados associado a uma tarifação PAYT (poluidor/pagador), permitem incentivar a separação seletiva e, consequentemente, aumentar as taxas de reciclagem”, explica Pedro Martins da Costa, CEO da Sopsa. E não só: “Desta forma consegue cumprir-se com as diretivas europeias que recomendam a implementação de modelos de tarifação poluidor/pagador, ou seja, em função da quantidade de resíduos produzidos.”
Por outro lado, e graças à capacidade (cinco metros cúbicos) dos 72 contentores já instalados nos municípios de Soule-Xiberoa em novembro de 2015, “é possível reduzir drasticamente a frequência de recolha e os consequentes custos operacionais, bem como o consumo de combustível, a poluição e os riscos laborais para os operadores”, continua Pedro Martins da Costa. Os contentores, da marca Lasso, são criados pela Sopsa, uma empresa nacional, com sede na Maia, que desenvolve contentores enterrados e semienterrados, e são o resultado de uma filosofia de desenvolvimento de produto baseada na Eco Inovation: “Com produtos e processos que permitam acrescentar valor à empresa e aos seus clientes, reduzindo os impactos ambientais negativos”, explica o CEO.
Vários municípios franceses escolheram a portuguesa Sopsa para um projeto inovador de recolha de resíduos
Quanto aos cidadãos (utilizadores/poluidores), poderão ver a tarifa reduzida à medida que reciclam mais. Como uma espécie de compensação por separarem o lixo e reciclarem. Assim, não é apenas o Planeta que agradece, mas o próprio município beneficiará: “Caso o município opte por manter os proveitos das tarifas sobre os RSU inalterados, estes ganhos adicionais obtidos com a otimização podem ser utilizados para outros projetos em benefício da comunidade”, acrescenta o CEO da Sopsa.
Porém, por enquanto as tarifas diferenciadas ainda não estão a funcionar: “A implementação da tarifação PAYT está prevista pelas autoridades locais da região para o início de 2017, sendo o ano de 2016 um período de sensibilização da população e de monitorização dos volumes de RSU depositados, com vista à fixação das tarifas do PAYT.”
Segundo a empresa, com a instalação destes novos contentores os municípios de Soule-Xiberoa preveem uma poupança de cerca de 70 mil quilómetros por ano nos circuitos de recolha, o que reduz não só a poluição mas também os custos operacionais.
Os contentores foram colocados apenas em novembro de 2015, mas Pedro Martins da Costa considera que é já possível ter uma noção clara da poupança em combustível e custos: “A poupança real em termos de combustíveis inicia-se logo com o arranque do projeto, uma vez que a conversão do anterior sistema de contentorização de superfície de baixa capacidade para esta contentorização semienterrada de grande capacidade permite logo uma redução imediata das frequências de recolha. No final deste ano será possível aferir as poupanças reais anuais, que podem ser superiores às estimativas iniciais.”
Segundo dados da Sociedade Ponto Verde, em 2015 foram recolhidas 728.806 toneladas de embalagens para reciclar graças aos esforços de separação de resíduos dos cidadãos. Mas estará Portugal preparado para um sistema PAYT? Pedro Martins da Costa acredita que sim: “Temos excelentes condições para a implementação deste tipo de projetos, através da instalação de contentorização enterrada e semienterrada de grande capacidade, a qual poderá ser ainda potenciada pela utilização de sistemas inteligentes para a monitorização do nível de enchimento desses mesmos contentores.”
Ao reciclar está a permitir que se gaste menos energia no fabrico de materiais, uma vez que a produção a partir de materiais virgens gasta muito mais do que a partir de material reciclado. Ao fazer isso está também a evitar a emissão de gases de efeito de estufa e a prolongar os anos de vida dos aterros sanitários. Quanto menos lixo houver para os encher, mais tempo eles duram, e menos espaço na terra se ocupa a construir mais.
A empresa nasceu em 1993 e foi pioneira nos sistemas de contentorização de grande capacidade para RSU em Portugal, com mais de 13 mil contentores semienterrados e enterrados instalados. Em França, a empresa marca presença através da parceria com a Contenur France em projetos nas regiões da Bretanha, Rhône-Alpes, Ile de France, Alsácia e, mais recentemente, Aquitânia.
Podemos estar na moda e sermos sustentáveis ao mesmo tempo? As coleções apresentadas pela empresa holandesa Dutch Awearness mostram que sim e contrariam a tendência de fast fashion com roupas “desenhadas para a reencarnação”
Texto Ana Ferreira
O que lhe parece a ideia de “alugar” temporariamente o uniforme que usa para trabalhar? E de o devolver para reciclagem quando já não for necessário? Se isto é possível? Pode acreditar que sim. Se este será o futuro da indústria têxtil? Rien Otto acredita vivamente no conceito, por mais absurdo que possa parecer. “Se, a princípio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela.” Para este visionário holandês, esta célebre frase de Albert Einstein descreve na perfeição a jornada da Dutch Awearness, a primeira empresa têxtil a criar uma cadeia de fornecimento circular ao desenhar vestuário profissional reutilizável. Face à atual realidade da indústria deste setor, compreende-se que seja difícil acreditar nesta ideia. Mas, afinal, como é que uma pequena empresa na Holanda consegue contrariar a tendência atual da fast fashion?
Para contar a história da Dutch Awearness, fundada em 2012, temos mesmo de começar pelo primeiro passo, quando Rien Otto – um designer que trabalhou quase duas décadas para marcas de luxo, como Prada e Dolce & Gabbana – olhou para a indústria têxtil de uma forma mais consciente. O ponto de viragem ocorreu numa viagem a África, no início dos anos 90, com o objetivo de construir uma escola para um projeto de ajuda humanitária. Tal ambição não foi possível, pois o local onde deveria nascer a escola estava cheio de resíduos têxteis oriundos da Europa. Naquele momento, Rien Otto percebeu que não queria mais ser parte do problema, mas sim parte da solução. Iniciou então uma outra viagem, que iria modificar-lhe a vida. A procura por soluções sustentáveis para a indústria têxtil passou a ser a sua principal inspiração. E querer mudar o mundo, a sua ambição.
Logo à partida, os produtos da Dutch Awearness são projetados para a “reencarnação”, ou seja, são baseados no seu desempenho. Por isso a marca apresenta um nível de design e personalização mais elevado do que o habitual nesta indústria. Vestuário de alta visibilidade (retrorrefletor), vestuário de proteção, fatos mais formais (dress code empresarial) e até vestuário especializado para o setor da saúde são algumas das ofertas em catálogo. Os clientes compram a performance da sua roupa e, quando esta já não for funcional, poderá ser devolvida, para ser novamente submetida a um processo de reciclagem e reutilização.
Do ponto de vista do negócio, o lucro é obtido através da reutilização das matérias-primas. Além disso, geram-se novas cadeias de abastecimento circular no setor têxtil. Para Rien Otto, esta economia circular é bastante simples de explicar: 20% dizem respeito ao produto e 80% referem-se às parcerias empresariais. Para o ambiente, também é o melhor. Não há desperdício, mas sim produção e consumo responsáveis. Uma das inovações mais ecológicas da marca é o vestuário de trabalho da gama Infinity, já que só na produção desse tecido (100% poliéster) é possível reduzir em 50% o consumo de água e reduzir 20% as emissões de CO2.
As coleções de vestuário produzidas pela Dutch Awearness são pensadas para usar e não deitar fora, ou seja, são desde logo criadas com vista à reutilização
Mesmo enumerando todas estas vantagens, foi fácil a entrada no mercado? O fundador da empresa assume que não, mas explica que a melhor solução foi criar parcerias com marcas de vestuário profissional, em vez de competir diretamente com elas. A Dutch Awearness começou por ser uma empresa com apenas dois colaboradores. Agora emprega sete e conta com 15 mil pessoas a trabalhar na sua cadeia de fornecimento. Holanda, Portugal, Polónia, Áustria, Tunísia, Alemanha, Itália e Coreia do Sul são alguns dos países onde são fabricados os produtos da marca. A operação com o grupo português Latino faz parte do projeto piloto EcoProFabrics, promovido pela União Europeia.
O fundador da Dutch Awearness não tem dúvidas de que o mundo enfrentará nos próximos anos um enorme desafio: cada vez mais pessoas no Planeta, com necessidades de consumo crescentes. A economia circular surge aqui como uma solução a este problema. De acordo com Rien Otto, esta será a resposta para salvar os recursos do Planeta. Em vez de comprarem novos produtos, as pessoas “alugam” esses mesmos produtos e depois devolvem-nos para reciclagem. Esta é a visão da Dutch Awearness. A ambição de Rien Otto: a crença de que um dia a economia circular irá tornar-se moda. Também em Portugal.
O fundador e administrador da Dutch Awearness tem em perspetiva um maior desafio para Portugal: a criação de um circuito fechado, o qual inclua trituração das roupas, produção das novas fibras e do fio, tecelagem e produção de novas roupas. Na sua opinião, o nosso país passará a ocupar um lugar de destaque no mercado têxtil na Europa e no mundo após tantos anos de história neste setor, com profissionais experientes, conhecimento e infraestruturas subaproveitadas. Assim que a União Europeia e o Governo português deem luz verde, o projeto avança.
A EDP é muito mais do que a luz que chega às nossas casas diariamente. A EDP Labelec tem um compromisso: criar um futuro sustentável para a sociedade civil e o mundo empresarial
Texto Ana Ferreira
Para ligar o computador, aquecer a casa, acender o candeeiro... é preciso energia. Sem ela, as sociedades modernas simplesmente não funcionariam. Mas para a obter eficazmente é preciso muito trabalho. São mentes brilhantes que se reúnem na EDP Labelec e que assumem o compromisso de garantir a qualidade dos serviços tecnológicos e o funcionamento das infraestruturas e equipamentos técnicos quer do Grupo EDP quer dos seus clientes externos.
Criada em 1994, a empresa intervém na sociedade com a oferta de serviços especializados nas áreas da energia elétrica e do ambiente, desenvolvendo as suas atividades no âmbito da produção, do transporte e da distribuição de energia elétrica.
Na sua carteira de clientes surgem marcas como a REN, Efacec, Siemens Portucel, Martifer, TAP, entre outras.
E posiciona-se como um centro tecnológico e de inovação do Grupo EDP onde se realizam trabalhos de engenharia, investigação e desenvolvimento de natureza laboratorial.
Para conseguir responder à intensa procura de energia na economia global, a EDP Labelec cria soluções inovadoras e tecnológicas nas dimensões económica, ambiental e social. Na conceção destas novas soluções é assegurada a sustentabilidade ambiental através do uso de tecnologia para a criação de “energias verdes”.
Nesse sentido, a empresa obteve a certificação 3R6 – a primeira empresa do grupo a consegui-lo –, tendo sido este um desafio proposto e realizado pela Ponto Verde Serviços. O objetivo é a adoção das melhores práticas na gestão de resíduos urbanos. Este processo da certificação foi ao encontro dos princípios de sustentabilidade da Labelec, a qual se propôs incrementar melhorias ao nível da redução da produção de resíduos e da maximização das quantidades enviadas para reciclagem.
“A certificação 3R6 garante que os resíduos produzidos na Labelec são adequadamente encaminhados para o destino final, seguindo a hierarquia de gestão dos 3R: reduzir, reutilizar e reciclar. É a concretização de medidas para maximização da reciclagem e valorização dos resíduos e é muito importante para o desenvolvimento de indicadores de gestão de resíduos, por forma a evidenciar a melhoria contínua”, explica Sofia Frade, técnica superior de ambiente e segurança do Projeto QAS&MC, da EDP Labelec.
Os resultados estão à vista. Em 2014, a empresa produziu cerca de 15 toneladas de resíduos não perigosos e conseguiu valorizar 67% (cerca de 10 toneladas). No ano seguinte, reduziu a produção de resíduos não perigosos para cerca de 12 toneladas e aumentou a valorização para 87% (cerca de 10 toneladas).
A EDP Labelec intervém na sociedade com a oferta de serviços especializados nas áreas da energia elétrica e do ambiente
Em nome do compromisso que assumiu com a sociedade civil e o mundo empresarial, a empresa reconhece a importância da criação de colaborações técnicas e da participação conjunta em projetos internacionais e em atividades de investigação científica.
Inserido neste contexto destaca-se o primeiro laboratório digital português: o FabLab EDP, criado em 2011, em resultado de uma parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Dirigido para a comunidade científica, mas também para qualquer cidadão que queira desenvolver um serviço ou produto, na EDP Labelec as ideias são transformadas em projetos inovadores. São exemplos de projetos desenvolvidos a partir deste laboratório turbinas eólicas, smart grids e habitações energeticamente independentes. SunLab, InovGrid, Red:dy, WindFloat são outros projetos de eficiência energética e empreendedorismo que demonstram a relevância do apoio especializado que presta a projetos de organizações dentro e fora do Grupo EDP.
No contexto ambiental, cabe-lhe avaliar a qualidade da água das albufeiras e a qualidade ecológica dos rios onde estão presentes as centrais de produção de energia, assim como efetuar o controlo da qualidade dos efluentes, garantindo total transparência quanto à identificação dos eventuais impactos.
Para a EDP Labelec, no contexto atual e na projeção de futuro, o principal foco passa pela cooperação em atividades de investigação científica, o desenvolvimento de tecnologias para as “energias verdes”, bem como a colaboração técnica mútua e a participação conjunta em projetos internacionais.
É, portanto, através destes eixos que a empresa se guia para um futuro de desenvolvimento sustentado e de melhoria contínua.
Testes e ensaios – são dadas respostas à gestão e manutenção de ativos da rede elétrica, com vista ao aumento de segurança, à redução de falhas e à otimização de custos ambientais e de manutenção;
Ambiente – prestação de serviços técnicos de recolha de amostras e ensaios laboratoriais de química e biologia, estudos e consultoria de desenvolvimento de soluções e apoio ao cumprimento de obrigações ambientais;
Certificação, qualificação e inspeção – são desenvolvidas atividades de certificação, qualificação e inspeção de equipamentos elétricos e/ou fornecedores de serviços externos;
Consultoria energética – realização de projetos de consultoria, desenvolvimento e inovação no domínio da energia.
Nunca sonhou ser cozinheira profissional, mas o talento e a simplicidade levaram-na ao pequeno ecrã. Defensora de produtos frescos e da época, encontra nos produtos biológicos fonte de inspiração para a sua arte
Texto Nelma Viana
Não se pode querer comer um tomate verdadeiramente saboroso, daqueles que cheiram a verão, em janeiro. É impossível.” Filipa Gomes, vencedora do casting lançado pelo canal 24Kitchen que lhe entregou o comando do programa Prato do Dia, assume a preferência por produtos orgânicos e sazonais, a que chama “ingredientes de verdade”, e defende o regresso à simplicidade e às origens da dieta mediterrânica.
Até então nunca se tinha imaginado a fazer carreira na televisão, e muito menos na culinária. Agora, com algum distanciamento da rotina de outros tempos, só lamenta não ter arriscado há mais tempo. Entretanto, já viajou pelo mundo à procura de novos saberes para acrescentar àquilo que melhor a caracteriza: o tempero honesto, genuíno e sem cerimónias.
Cresceu numa família de agricultores e um dos sabores de infância que guarda com mais carinho é dos peixinhos da horta feitos pela avó, com o feijão-verde trazido diretamente da terra. Recorda--se de apanhar batatas, de participar da ordenha das vacas e de ver nascer os animais da quinta. “São memórias muito fortes e que têm muita influência na forma como se come em minha casa e com o tipo de comida que apresento na minha cozinha”, explica. Não se trata de embarcar na moda da comida saudável e biológica, mas admite que desde que foi mãe, há oito meses, ganhou uma consciência ainda maior dos alimentos que consome e é por isso mesmo que se compromete a respeitar a sazonalidade dos ingredientes que lhe servem de matéria-prima.
A horta dos avós já não existe, mas agora é com a mãe que se abastece de vegetais e ervas aromáticas, plantados em vasos no terraço de casa. “O bichinho da agricultura ficou sempre na família, e a verdade é que a horta improvisada tem sido um sucesso.” Em breve surgirá um abacateiro, cujos frutos já estão destinados para uma série de receitas saborosas e perfeitas para o verão. Como não abdica de ter a despensa de casa recheada de fruta e legumes da época, a gestão doméstica obriga a uma logística mais complexa, com idas semanais ao mercado, “de outra forma não seria possível consumir produtos verdadeiramente frescos”. Enérgica e determinada como é, diz que este é um esforço que vale a pena, mas ainda assim lamenta o uso da palavra “esforço”, por reconhecer que o acesso aos produtos biológicos ainda é um luxo para a maior parte das pessoas, não só pelo preço mais elevado mas também pela escassez e falta de variedade na oferta. Idealista, diz que, se pudesse escolher, na sua cozinha de profissão usaria apenas ingredientes de produtores locais, mas, “por uma questão de economia de escala, é preciso andar à frente das estações e testar receitas cujos ingredientes nem sempre respeitam a ordem natural das coisas”. Acredita que as mentalidades estão a mudar, no sentido de um maior respeito pela origem dos alimentos, e defende que a televisão é uma plataforma educacional essencial e compromete-se a guiar os telespectadores no caminho da sustentabilidade alimentar.
Ideias rápidas para transformar “restos” em iguarias
• Corte os legumes esquecidos na gaveta do frigorífico em pedaços e deixe saltear na frigideira com sal, pimenta e tomilho. Acrescente umas colheres de molho de tomate. É o acompanhamento perfeito para um prato de carne ou peixe.
• As frittatas são uma base perfeita para despachar ingredientes que sobram. Salteie os vegetais em conjunto e adicione quatro ovos batidos. Unte uma forma com manteiga e verta a mistura diretamente nela. Leve ao forno até estar dourada e acompanhe com uma salada verde simples.
Preocupa-se com a quantidade de comida que todos os dias é deitada para o lixo, não só em casa como nos supermercados. Se pudesse criava um sistema especial para acabar com os excedentes de produção. “Os produtores só produziriam aquilo que os consumidores realmente precisassem, através de um esquema de encomendas mais racional, que garantisse a sustentabilidade dos solos e evitasse a lógica de comércio agressivo.”
Em casa, nada fica esquecido no fundo do frigorífico. Todos os dias é feita uma triagem dos ingredientes mais “antigos” e são esses que têm prioridade na hora de cozinhar. O ideal “é fazer um planeamento semanal de refeições e ir às compras com uma lista organizada, onde cada produto já tem um destino certo”.
Ir a um mercado pode ser complicado. “Não se pode esperar encontrar frutas e legumes tão bonitos e brilhantes, mas são duplamente saborosos e nutritivos.” O ideal é aconselhar-se diretamente com os produtores. Desta troca de ideias surgem ótimas sugestões de receitas para experimentar em casa.
A produção ainda não teve início, mas já é aguardado com a máxima expectativa. Com milhares de encomendas, o novo automóvel elétrico da Tesla é um sucesso e já está a ser comparado a modelos topo de gama. Saiba porquê
Texto Inês Correia
Nunca um automóvel elétrico mereceu tanta atenção. Com um design moderno, o Model 3, da Tesla, é o primeiro veículo do seu género verdadeiramente pensado para o grande público e para a produção em massa. Apresentado ao mundo a 31 de março de 2016, nos Estados Unidos, apenas duas semanas depois, em meados de abril, as pré-reservas para este automóvel estavam prestes a atingir o número recorde de 400 mil, mesmo sendo necessário fazer a reserva com um sinal reembolsável de mil dólares (aproximadamente 886 euros).
Elon Musk, CEO da Tesla, assegura que a produção deste veículo é bastante importante para o futuro do mundo e do ambiente, dando como exemplo os níveis elevados de concentração de dióxido de carbono e o aumento da temperatura a nível global atribuída às emissões de gases dos carros com motor a gasolina ou gasóleo. O início da produção está previsto para o próximo ano, com entregas estimadas apenas para o final de 2017. O preço inicial ronda os 35 mil dólares – cerca de 31 mil euros –, tornando o Model 3 no automóvel elétrico mais acessível de sempre. Já a autonomia pode chegar a 346 km, oferecendo ao condutor maior liberdade para viajar. Também aqui o Model 3 bate recordes: é o primeiro carro elétrico a possuir uma autonomia superior a uma viagem tradicional de automóvel entre Lisboa e Porto.
De acordo com as informações divulgadas pela marca, o Model 3 pode ir dos 0 aos 100 km/h em apenas seis segundos, características que o tornam um concorrente direto de modelos com motor a combustível fóssil, como o BMW Série 3, o Audi A4 e o Mercedes Classe C. Este modelo pode ser encomendado nas cores vermelho, cinza e preto e tem ainda espaço para cinco pessoas, devido à maximização do espaço interior.
Além do preço, o Model 3 surpreende também pela tecnologia de piloto automático, que irá passar a estar presente em todos os automóveis da marca. Para conseguir manter a segurança, a Tesla desenvolveu esta tecnologia, que pretende utilizar câmaras, radares, sensores e dados de navegação para guiar automaticamente o veículo pela estrada, mudar de faixa apenas com um toque no indicador de mudança de direção e ajustar a velocidade em resposta ao trânsito.
O modo de “supercarregamento” do Model 3 tem sido igualmente um fator de espanto, já que tem a capacidade de carregar 120 quilowatts (metade da capacidade total da bateria) em cerca de 30 minutos. Esta inovação permite uma maior autonomia em viagem. Além disso, a Tesla vai também aumentar o número de postos de carregamento para carros elétricos a nível mundial, principalmente em zonas estratégicas, como centros comerciais, hotéis, restaurantes e resorts.
A criação deste modelo revela a aposta contínua da marca na produção de automóveis mais amigos do ambiente. A empresa utiliza baterias de lítio tradicionalmente incorporadas em computadores portáteis e outros produtos electrónicos, o que permite que sejam menos pesadas e mais económicas em termos de produção do que as habitualmente utilizadas nos veículos elétricos. As baterias mais leves da Tesla permitem atingir velocidades superiores às verificadas em carros elétricos de outras marcas. Nos últimos 12 anos, a empresa apostou forte no seu Departamento de Investigação e Desenvolvimento para conseguir atingir o objetivo a que se propôs: vender 500 mil automóveis elétricos por ano. Tendo em conta o número de reservas, o novo Model 3 está no bom caminho para superar estas expectativas. Desde 2008, a empresa norte-americana vendeu cerca de 125 mil automóveis elétricos a nível mundial, sendo o modelo S o mais procurado. Com um preço mais baixo, este Model 3 torna-se acessível a um maior número de pessoas, ao contrário do que acontecia até agora. Com isto, o visionário CEO da Tesla, Elon Musk, espera acelerar a transição para uma maior sustentabilidade nos transportes.
O novo Model 3, da Tesla, tem uma autonomia que chega aos 346 km, ou seja, superior a uma viagem entre Lisboa e Porto
O respeito pelo ambiente tem sido uma prioridade e uma das principais apostas da Micronipol, a segunda maior empresa nacional de reciclagem de plásticos
Texto Miguel Judas Fotos Gonçalo Villaverde
Palavras complicadas como polietileno ou polipropileno não serão muito conhecidas pelo cidadão comum, mas se acrescentarmos os muitos usos destas matérias na vida do dia-a-dia, em tubagens, embalagens ou nos simples sacos das compras, depressa se compreende a importância da reciclagem do plástico, atividade a que se dedica a empresa Micronipol. Fundada há cerca de 16 anos, nos arredores da vila de Ourém, é hoje uma das empresas líder, em Portugal, na reciclagem de plásticos e uma referência também a nível internacional.
O processo levado a cabo pela Micronipol para dar uma nova vida ao plástico que chega às suas instalações começa sempre pela triagem dos resíduos, que é executada através de um processo manual e automático, mas com recurso a tecnologia avançada. Os materiais são depois cortados, antes de avançarem para a linha de produção. Segue-se então a lavagem. Ao contrário dos desperdícios industriais e de produção, considerados materiais mais nobres, por chegarem à fábrica já limpos, os resíduos plásticos domésticos (recolhidos, por exemplo, nos contentores amarelos do ecoponto) necessitam sempre de serem lavados, o que levou os responsáveis da empresa a construir uma ETAR própria, em circuito fechado, para tratar as águas usadas neste processo. Poupa-se assim nos gastos e no ambiente.
Para produzir 1500 toneladas de granulado por mês são necessárias quase vinte mil toneladas de resíduos
“É sempre usada a mesma água, que a cada cinco horas volta ao início do processo”, explica Carlos Bento, um dos responsáveis da Micronipol, exemplificando assim a consciência ambiental que desde o início sempre norteou a evolução da empresa. O objetivo é potenciar a pegada ecológica através da reciclagem, maximizando recursos, criando valor para todos os envolvidos, acionistas, colaboradores e sociedade em geral.
No caso da Micronipol, em particular, a atividade empresarial centra-se precisamente na reciclagem de polietilenos e polipropilenos. No caso do polietileno, este é um material que possui alta resistência à humidade e ao ataque químico, mas tem baixa resistência mecânica. Aplicado à vida do nosso dia-a-dia, importa saber que o polietileno é um dos polímeros mais usados pela indústria, sendo muito utilizado no fabrico de folhas (toalhas, cortinas, embalagens, etc.), recipientes (sacos, garrafas, baldes), canos plásticos, brinquedos infantis, no isolamento de fios elétricos, entre muitos outros usos. Já o polipropileno é obtido a partir do propileno (propeno), sendo mais duro e resistente ao calor, quando comparado com o polietileno. É material muito usado no fabrico de artigos moldados e fibras.
Carlos Bento e José Oliveira são sócios da Micronipol
De regresso ao processo de reciclagem, depois de cortado e lavado o plástico é submetido a um processo de extrusão do qual resulta um granulado que será aplicado posteriormente no fabrico de sacos, tubos, embalagens industriais ou nos mais variados artigos domésticos. Só para se ter uma ideia da dimensão do processo: para a Micronipol produzir 1500 toneladas de produto final (granulado) por mês são necessárias quase vinte mil toneladas de resíduos. Já depois de embalado em lotes de acordo com a sua futura utilização, os diferentes tipos de granulados são ainda sujeitos a uma análise laboratorial, de modo a confirmar se tudo está em conformidade com a encomenda inicial. Cerca de 80% da atual produção da empresa vai neste momento para a exportação. As quatro linhas de produção que trabalham 24 horas por dia, com capacidade de processamento de 1500 toneladas por mês, permitem produzir uma vasta gama de produtos: desde material para simples baldes a granulados perfumados para as embalagens destinadas à indústria dos cosméticos, passando por tubagens com medidas específicas. De tudo um pouco se faz por ali, para dar uma nova vida ao plástico.
VEJA AQUI O VÍDEO: https://youtu.be/IB28zo2FZwM
Este é o mais importante processo de transformação de plásticos. Extrudar significa “empurrar” ou “forçar a sair”. O processo de extrusão de plásticos consiste basicamente em forçar a passagem (controlada) do material granulado por dentro de um cilindro aquecido, por meio de roscas que transportam, misturam, compactam e permitem a retirada de gases libertados no processo. Na saída do cilindro, o material é comprimido contra uma matriz de perfil desejado, a qual dá formato ao produto, sendo este, depois, calibrado, resfriado, cortado ou enrolado.
Praia Fluvial de Adaúfe, Braga
Promovida pelo núcleo da Quercus de Braga, esta Oficina de Construção de Fornos Solares destina-se a adultos e crianças e terá lugar entre as 14h30 e as 17h30. A participação é gratuita mas requer inscrição. Estas decorrem até ao próximo dia 25 de maio em www.braga.quercus.pt.
Museu da Eletricidade, Lisboa
“Se queres estar na vanguarda do mundo automóvel, vem construir o teu carrinho movido a energia solar e testar o teu espírito de competição numa corrida!” O desafio é lançado pelo Museu da Eletricidade, em Lisboa, às crianças a partir dos seis anos (acompanhadas pelas famílias ou pelas escolas). A atividade tem a duração de uma hora e é necessária a comparência na bilheteira 10 minutos antes das 16 horas (sem marcação prévia). A participação máxima é de 25 pessoas.
Quinta Pedagógica Armando Villar, Cascais
Momentos de convívio, mas também de aprendizagem: atelier lúdico-pedagógico de jardinagem com recurso a materiais reciclados. Depois de uma visita guiada à horta biológica da Quinta Pedagógica Armando Villar, as famílias têm a oportunidade de construir uma mini-horta com materiais reciclados, que depois poderão levar consigo para cuidar em casa. A atividade destina-se a famílias com crianças a partir dos três anos de idade e decorre entre as 15h e as 17h30. Inscrições até dia 26 de maio através do e-mail quintadovillar@gmail.com.
Todo o país
A Agência Portuguesa do Ambiente abriu as candidaturas ao programa ECOXXI 2016 para qualquer município que pretenda inscrever-se e experimentar a “ferramenta ECOXXI”, até 15 de junho, devendo os interessados na candidatura ao galardão submeter a sua candidatura até 15 de julho em http://ecoxxi.abae.pt. Este programa visa reconhecer e divulgar boas práticas como forma de concretizar uma ação pedagógica junto dos municípios, considerados agentes privilegiados de promoção do desenvolvimento sustentável. O ECOXXI apresenta-se como uma ferramenta útil à gestão municipal ao contribuir para a monitorização e aferição de ações e políticas em diversas áreas da sustentabilidade. Em 2015, 14% dos municípios portugueses, abrangendo cerca de 23,4% da população portuguesa, participaram no ECOXXI.
Quinta Municipal da Piedade, Póvoa de Santa Iria
Promovido pela Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (Agrobio), a segunda edição do Curso Prático Caldas e Chorumes para Cuidar da Horta Bio terá a duração de sete horas (entre as 9h30 e as 17h30) e tem como público alvo pessoas interessadas na produção em modo biológico. Do programa fazem parte temáticas como o controlo fitossanitário preventivo e curativo; plantas com potencial preventivo e curativo; sementeira, plantação e estacagem; elaboração de caldas e chorumes e respetiva aplicação.
22/abril Dia Mundial da Terra
3/maio Dia Internacional do Sol
14 /maio Dia Mundial do Comércio Justo
22/maio Dia Internacional da Biodiversidade
25/maio Dia do Guarda Florestal
29/maio Dia Mundial da Energia
5/junho Dia Mundial do Ambiente
8/junho Dia Mundial dos Oceanos
17/junho Dia Mundial de Combate à Desertificação
Sabias que todas as frutas têm superpoderes para melhorar a tua saúde?
Deves comer três a cinco porções de fruta por dia, todos os dias
Se quiseres ser um verdadeiro super-herói, como os dos filmes ou os dos desenhos animados, há uma missão muito simples que podes cumprir todos os dias: nunca te esqueceres de levar fruta no teu lanche para a escola. Este é o desafio lançado a alunos, pais e professores pelo projeto Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável.
Na prática, trata-se de um programa gratuito de educação para a saúde, concebido em 2011, para motivar crianças entre os 2 e os 10 anos de idade a adoptarem e manterem hábitos saudáveis através de um modelo pedagógico inovador, desenhado para jardins de infância e escolas básicas do 1.º ciclo. Os resultados estão à vista: de acordo com um estudo da Associação Portuguesa contra a Obesidade Infantil (APCOI), nas últimas edições verificou-se um aumento médio de 42,4% no consumo de fruta das crianças que participaram no projeto Heróis da Fruta. Sabe como te podes tornar num “herói da fruta”:
INSCREVER A ESCOLA
Para participares no projeto Heróis da Fruta basta que a tua escola ou jardim de infância faça uma inscrição gratuita, e dessa forma receberá todos os materiais necessários para implementar hábitos mais saudáveis, sem qualquer custo envolvido.
MOTIVAR AS CRIANÇAS
Durante 12 semanas, podes ganhar diariamente “estrelas” no Quadro de Mérito afixado na tua sala de aula como recompensa pela ingestão de fruta. Além disso, os professores têm à sua disposição guias com atividades, que incluem fichas de trabalho, jogos pedagógicos e muitos outros conteúdos divertidos para transmitir às crianças todos os passos para se tornarem verdadeiros Heróis da Fruta.
MOBILIZAR OS ADULTOS
A motivação é também reforçada com uma competição a nível nacional, que utiliza a música como veículo para levar as lições do projeto até casa, para envolver os pais. As crianças partilham o que aprendem sobre a alimentação saudável com as suas famílias, convidando os adultos para ver, ouvir e votar no seu Hino da Fruta, criado em conjunto pelos alunos da escola.
RECEBER OS PRÉMIOS
No final do programa, há prémios para todos: diplomas oficiais que dão direito a usar o título de Herói da Fruta, com o compromisso adicional de continuar a comer fruta todos os dias na escola e também em casa. Além disso, os melhores Hinos da Fruta do ano são escolhidos pelo júri e recebem na sua escola a visita das mascotes do projeto com um espetáculo interativo intitulado A Superfesta dos Heróis da Fruta.
TRÊS A CINCO PORÇÕES DE FRUTA POR DIA
Esta é a recomendação da Organização Mundial de Saúde, tanto para crianças como para adultos, já que o consumo diário de fruta é um dos comportamentos mais importantes para uma alimentação saudável, porque a fruta contém nutrientes insubstituíveis.
• Em Portugal, uma em cada três crianças (entre os 2 e os 12 anos) tem excesso de peso?
• 74,2% não ingerem fruta nas quantidades recomendadas pela OMS?
• 7% não têm a possibilidade de consumir uma peça de fruta por dia?
Menos lixo, mais qualidade de vida: recusar, reduzir, reutilizar, reciclar e compostar constituem o segredo para viver feliz num mundo melhor. O waste-free living, um movimento global cada vez com mais adeptos, é uma questão de mentalidade e de (re)educação. A Recicla entrevistou Bea Johnson em Portugal sobre o seu projeto Zero Waste Home.
Texto Palmira Simões Fotos D.R.
Cansada de um estilo de vida stressante e de desperdício, em que precisava do automóvel para tudo e para nada no dia-a-dia, e preocupada com o ambiente e o mundo de hoje e de amanhã, Bea Johnson, uma francesa a viver atualmente nos Estados Unidos (Califórnia), decidiu — em família, diga-se — enveredar por caminhos opostos. Estávamos em 2006 quando trocaram o bulício urbano de São Francisco e o sonho americano de uma vida próspera por um lugar mais calmo onde pudessem deslocar-se apenas a pé ou de bicicleta: a pequena cidade de Mill Valley, também na Califórnia. A casa, mais pequena e alugada, “obrigou-os” a livrarem-se de 80 por cento dos bens (desnecessários, no seu ponto de vista) e a escolherem um modo de vida minimalista, com um mínimo de desperdício: de tempo, de dinheiro e de lixo. Presentemente Bea sente-se melhor e mais feliz, pois, afirma, “não só poupamos dinheiro e o ambiente como temos muito mais tempo para fazer aquilo de que gostamos; é tudo uma questão de sensibilização e de reeducação”.
Esta mudança de localidade e de hábitos viria a enraizar dentro de si uma consciência ambiental cada vez mais profunda e a fomentar o que se tornou a “cruzada” da sua vida. O projeto Zero Waste Home — uma casa não produtora de lixo — começou em 2008 quando descobriu a expressão zero waste, muito ligada a práticas industriais e urbanas não poluentes, e pensou: “Isto é o que devíamos estar a fazer em nossas casas”. A partir daí nasceu o conceito cujo desenvolvimento nunca mais parou. “O zero é apenas uma meta, parece algo difícil de alcançar num primeiro momento mas o que se pretende é que aos poucos façamos cada vez menos lixo e consigamos estar cada vez mais perto de atingirmos essa meta”, acrescenta. Tem sido uma luta até porque “algumas coisas funcionam e outras não”, explica. No entanto, acredita que encontrou um sistema que resulta, de tal forma que tem percorrido o mundo (Portugal incluído) com palestras e workshops para demonstrar que um estilo em que a simplicidade impera não significa viver-se como eremita e privado de qualidade de vida. Muito pelo contrário. Quanto ao lixo, aquele que a sua família produziu ao longo de 2015 cabe num pequeno recipiente. Como? É o que vamos ver já de seguida.
Segundo Bea Johnson, a maneira mais fácil de atingirmos a meta Zero Waste Home é seguirmos cinco regras básicas que se adaptam a qualquer casa de família, incluindo a portuguesa:
Os dois últimos processos, não sendo realizados em nossas casas, partem delas, através da nossa atitude: por isso há que continuar a separar os lixos que produzimos e a depositá-los nos contentores adequados a cada fim.
No seu site — www.zerowastehome.com — Bea explica como toda a sua indumentária cabe numa simples mala de viagem. E não se pense que veste com menos elegância. O segredo está em ter roupa versátil, do estilo clássico ao mais urbano, cujas peças, padrões e cores combinem uns com os outros, adaptando-se assim às mais diversas circunstâncias. Além disso prefere comprar em segunda mão.
• Faça (como Bea Johnson) os seus próprios cosméticos e produtos de higiene, à base de produtos naturais (como, por exemplo, cera de abelha). Uma exceção: só o protetor solar é de marca comercial;
• Use sacos de pano (feitos por si) e compre sempre em mercados e lojas (tipo mercearia) de produtos a granel (farinhas, arrozes, massas, leguminosas…);
• Evite todos os produtos alimentares embalados. Bea inclusive vai às compras com recipientes de vidro (de um litro) onde traz a carne, o peixe, a charcutaria e outros frescos (nada de sacos de plástico);
• “Reutilize” a roupa de uma época para a outra. Se tem jeito para a costura, umas simples alterações (numa gola, nuns punhos…) fazem a diferença necessária.
Com o ano letivo a começar mais cedo em 2016, já entre 9 e 15 de setembro, é fundamental começar a planear o regresso às aulas o quanto antes de forma a que tudo corra bem e com a máxima tranquilidade.
A palavra de ordem é planeamento e, antes do primeiro dia de aulas chegar, há sempre uma longa lista de tarefas pela frente: atividades educativas para planear, manuais escolares para encadernar e materiais para comprar. Também nesta altura do ano é possível fazer escolhas de consumo mais amigas do ambiente, com a missão de tornar os alunos e as escolas portuguesas “mais verdes”.
“Consome mas … sê consciente e… pensa no ambiente!”. Foi com esta mensagem deixada por um aluno no âmbito da Futurália – Feira de Educação e Formação, que a Direção Geral do Consumo (DGC) deixou alguns conselhos para um regresso às aulas ambientalmente responsável. Para isso, na compra de material escolar, é importante dar prioridade à qualidade e durabilidade dos produtos e prestar atenção à rotulagem e às instruções constantes nas embalagens dos mesmos. Da mesma forma, vale a pena escolher borrachas, canetas e lápis tradicionais, sem aromas ou perfumes e tintas de base aquosa, sem solventes. Na escolha de dossiers e cadernos é também melhor optar por modelos mais resistentes para que estes durem todo o ano escolar.
A DGC recomenda ainda: “Sempre que possível, opte por um consumo ambientalmente responsável, preferindo cadernos, agendas e pastas em materiais reciclados, lápis produzidos com madeiras certificadas de reflorestamentos e canetas produzidas com materiais biodegradáveis”.
Para poupar o ambiente e também a carteira, o ideal é reutilizar os manuais escolares entre irmãos de diferentes idades ou procurar a troca de livros recorrendo a bancos de recolha e partilha gratuita ou mesmo comprar manuais em segunda mão. É importante ainda verificar o material escolar do ano letivo anterior e selecionar aquele que ainda está em bom estado e que possa ser utilizado até esgotar. No que diz respeito aos lanches e água, existe também uma opção mais sustentável: com lancheiras e garrafas reutilizáveis, para substituir o papel e o plástico das embalagens.
Outro truque simples e fácil de implementar para um regresso às aulas mais verde passa por ir a pé para a escola, em vez de ir de carro, sobretudo quando se tratam de pequenas distâncias urbanas. Além de ser bom para o ambiente, também é bom para os alunos: existem já estudos que provam que ir a pé para a escola é um comportamento que traz muitos benefícios para a saúde dos jovens, mas também para a aprendizagem. No final, os resultados são positivos para todos.
Se é mulher, tem mais de 18 anos e um projeto ambientalmente sustentável que gostaria de dar a conhecer ao mundo, tem até 30 de setembro para concorrer à 8ª edição do “Prémio Terre des Femmes”, da Fundação Yves Rocher.
O objetivo do Prémio “Terres des Femmes” é apoiar todas as mulheres com um projeto a favor do ambiente, desenvolvido a título privado, através de uma estrutura sem fins lucrativos, ou de uma estrutura com objeto comercial destinado a um projeto de alcance social e ambiental. A vencedora receberá 10 mil euros e participará no Grande Prémio Internacional que atribuirá também 10 mil euros à vencedora, de entre todas as candidatas de todos os países em competição, e no Prémio Internacional do Público, com votação online, cujo valor será definido pela Fundação. Além do prémio principal está também prevista uma menção honrosa com um prémio monetário no valor de 3 mil euros.
Depois de, na edição de 2015, o valor do prémio atribuído a nível nacional ter duplicado, de 5 para 10 mil euros, este ano a organização do Prémio “Terre de Femmes” aceita também pela primeira vez, além de iniciativas de entidades sem fins lucrativos, candidaturas de projetos de natureza comercial, desde que os mesmos cumpram todos os critérios de alcance socioambiental.
Uma outra novidade desta edição é o crescimento da lista de países que concorrem ao Prémio Internacional “Terre de Femmes”, alcançando agora, com a entrada da Itália, uma dezena de nacionalidades: Portugal, França, Alemanha, Suíça, Rússia, Marrocos, Ucrânia, México, Turquia e Itália. O júri da competição em Portugal conta com representantes da Liga para a Proteção da Natureza (LPN); Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT); e Instituto de Ciências Sociais da Universidade e Lisboa (ICS-UL).
Na avaliação preliminar dos projetos enviados (para a morada da Yves Rocher Portugal ou através do endereço terredefemmes.portugal@yrnet.com), o júri terá em consideração o cumprimento de alguns critérios chave:
• Ligação dos projetos ao ambiente;
• Projetos desenvolvidos por uma mulher;
• Projetos em fase de realização à data de receção do dossier de candidatura;
• Os projetos devem oferecer perspetivas duradouras;
• Os projetos devem implicar benefícios para a comunidade / devem ser do interesse geral.
Esta iniciativa, que tem como objetivo distinguir, dar visibilidade e apoiar financeiramente projetos de mulheres ecoempreendedoras que se dedicam diariamente a preservar e defender o ambiente, enquadra-se nas ações da Fundação Yves Rocher, criada há 24 anos pelo atual presidente da instituição, Jacques Rocher, e pelo seu pai, Yves Rocher, tendo lançado, em 2001, o Prémio “Terre de Femmes”. No total, a Fundação já apoiou mais de 350 mulheres, com ações em 50 países, com cerca de 1,8 milhões de euros.
Nas edições anteriores do Prémio, diversas mulheres portuguesas se distinguiram pelo eco-empreededorismo, em Portugal e a nível internacional. Projetos como ‘Cabaz do Peixe’, ‘BIO Somos Todos’, ‘Campanha pelas Sementes Livres’ ‘Fruta Feia’ ou ‘FUTURO – O projeto das 100 mil árvores’, foram apenas alguns dos 17 premiados em Portugal.
Em 2015 a vencedora do Prémio “Terre des Femmes” Portugal foi a professora e formadora Inês Rodrigues, com o projeto ‘Tabanca Solar” que tem como principal objetivo dotar as aldeias (tabancas) da Guiné-Bissau com tecnologia solar, tornando-as energeticamente sustentáveis, ao mesmo tempo preservando o meio e os recursos naturais. A par do projeto “Tabanca Solar”está também em desenvolvimento um projeto-piloto para a recolha de resíduos nos mercados semanais, com a participação técnica da Lipor, parceira da Educafrica, a Organização Não Governamental (ONG) que deu origem a ambos os projetos. Dos objetivos deste projeto-piloto consta, para além da recolha de resíduos, a realização de ações de sensibilização na Guiné com um grupo de jovens para que, por um lado, estes reconheçam a importância da recolha dos resíduos produzidos nos mercados e, por outro, que aprendam a valorizar os resíduos, reutilizando alguns materiais.
Na edição de 2014, a vencedora portuguesa, Milene Matos, foi duplamente honrada internacionalmente com o prémio internacional e com o prémio do público.
Em 2015, a Fundação Yves Rocher atribuiu a menção honrosa ao projeto “Cabaz de Peixe”, da autoria da bióloga Catarina Grilo, que está a ser desenvolvido em Sesimbra e pretende, através do envolvimento das comunidades piscatórias na comercialização do produto da sua atividade, reduzir o desperdício de peixe ao mesmo tempo que disponibiliza ao consumidor um produto de origem local a um preço mais reduzido. Ao comercializar o peixe sob a forma de cabaz, com a particularidade do consumidor receber regularmente uma quantidade fixa de pescado, o projeto de Catarina Grilo permite que espécies desconhecidas da população e com baixo valor comercial sejam assim aproveitadas de forma ambientalmente eficiente.
Um sucesso verdadeiramente viral. Esta é a expressão que melhor caracteriza o movimento social #faceforgreen, lançado em 2016 pela Sociedade Ponto Verde (SPV) para despertar a consciência dos jovens em relação aos danos ambientais causados pelos festivais de música, caso não haja preocupação ambiental por parte das próprias organizações.
Desde o início do #faceforgreen, em maio, no Rock in Rio, em Lisboa, foram 37.500 as pessoas que se juntaram a este movimento revolucionário por festivais mais verdes e sustentáveis. Rock in Rio, Musa Cascais, Nos Alive, Meo Marés Vivas, Santa Cruz Ocean Spirit, Meo Sudoeste, Sol da Caparica, Oeiras e Parque das Nações foram os locais onde esteve presente o movimento #faceforgreen ao longo de 28 dias e com um total de 55 promotores. Em parceria com a SIC Radical, o movimento marcou também presença em alguns festivais com um quiosque onde os festivaleiros se podiam dirigir para pintar a cara de verde e partilhar as suas fotografias.
O movimento #faceforgreen convida as pessoas a partilharem nas suas redes sociais uma fotografia com a cara pintada de verde com a hashtag #faceforgreen, e a dizerem o que é para elas um festival mais verde, mostrando assim o seu apoio incondicional à causa. O movimento conta com o portal faceforgreen.com, no qual é possível conhecer melhor o movimento, ver quem já aderiu e ainda usar uma plataforma para pintar a cara online. A ambição inicial era de que o movimento se tornasse viral e chegasse a formadores de opinião, artistas e, consequentemente, às organizações dos festivais, incentivando-os a adotarem uma postura mais verde. Neste momento, a realidade é que o movimento #faceforgreen já tomou verdadeiramente de assalto as redes sociais, como se pode constatar em www.faceforgreen.com.
Já há alguns anos que a SPV tem marcado presença nos festivais de música de Portugal, promovendo a reciclagem e sua importância. Os festivais são simultaneamente eventos de grande dimensão em que são gerados milhares de resíduos de embalagem e em que existe um grande impacto ambiental. Mas são também um espaço único para conseguirmos chegar a milhares de pessoas. Porque acredita que há muitos outros aspetos complementares à reciclagem que devem ser implementados em busca de uma melhoria ambiental, este ano a SPV quis fazer algo diferente e ir mais além da reciclagem promovendo uma atitude verdadeiramente sustentável, para que o gesto de separação que a população tem em casa permaneça também fora de casa.
• Reduzir o consumo de energia e aumentar a utilização de fontes de energia renováveis
• Reutilizar os materiais das estruturas dos festivais
• Promover a utilização de materiais recicláveis
• Promover a reutilização de materiais dentro dos festivais, combatendo o desperdício
• Aumentar a percentagem de reciclagem e utilização de lixo orgânico para compostagem
• Promover a utilização do transporte público, utilização de bicicleta e car-sharing para reduzir as emissões de CO2
• Reduzir a pegada carbónica dos festivais, compensando o que não puder ser evitado
• Promover a sustentabilidade social: integração de minorias e de pessoas com necessidades especiais e a criação de mais espaços para pessoas com mobilidade reduzida.
Este programa internacional pretende contribuir para o treino do exercício de uma cidadania ativa e participativa enfatizando a vertente do jornalismo ambiental. O objetivo é investigar e reportar sobre ambiente e sustentabilidade. As inscrições estão abertas até 21 de outubro.
Até ao dia 21 de outubro estão abertas as inscrições para o concurso Jovens Repórteres para o Ambiente 2016/17. O objetivo é simples: investigar e reportar sobre ambiente e sustentabilidade. Se o jornalismo é uma paixão, a escrita ou a fotografia um dom e o ambiente uma preocupação então o Programa Jovens Repórteres do Ambiente (JRA) é o ideal. A organização explica que o tema a abordar pode ser qualquer um (por exemplo, Agricultura, Cidades, Água, Energia, Resíduos, Litoral, Biodiversidade, Floresta, Alterações Climáticas) e o projeto concretiza-se com a publicação dos trabalhos no Portal JRA ao longo do ano, sejam reportagens, artigos, fotorreportagens ou reportagens em vídeo.
O programa está aberto a jovens freelancers e a escolas. Os candidatos individuais (não necessitam de estar ligados a qualquer escola ou instituição) devem ter entre 15 e 21 anos, preocupar-se com as questões do ambiente e da sustentabilidade, gostar de escrever, fotografar ou filmar, de comunicar e conhecer jovens de todo o mundo, participar nas redes sociais e interessar-se pela atualidade.
As escolas podem igualmente concorrer através de um professor coordenador que trabalhe com jovens entre os 11 e os 21 anos, que acredite que a sua missão é “ensinar a aprender” e que se preocupe com os seus alunos para que adquiram competências de autonomia, sentido crítico, capacidade de comunicação e de ação e ainda que integre as questões da sustentabilidade no currículo e na sua vida diária, considere o jornalismo e a reportagem uma boa estratégia para as suas aulas e que goste de trabalhar em rede, partilhar, inovar e aceitar novos desafios.
Tanto o jovem repórter como a escola devem registar-se ou renovar a inscrição, até dia 21 de outubro, em http://jra.abae.pt/plataforma/inscricoes-jra.
O registo é fundamental para poderem publicar no Portal JRA e participar nas várias atividades de 2016/17, como o Seminário Nacional JRA (18-19 de novembro em Santa Maria da Feira), as Missões JRA (workshops de três a cinco dias), diversos projetos (como o Eco-repórter da energia) e ainda concursos que premeiam as melhores reportagens. O Programa inicia-se com um projeto local, em que os jovens investigam, reportam e comunicam recorrendo aos jornais, internet e outros meios de comunicação.
O programa JRA é promovido pela ABAE, secção portuguesa da Foundation for Environmental Education (FEE) e decorre em Portugal desde 1994. A nível internacional, atualmente, encontram-se envolvidos neste projeto alunos e professores de 28 países que constituem a atual rede Young Reporters for the Environment (YRE). A plataforma JRA conta nesta momento com o registo de 300 artigos jornalísticos, 100 professores, 2000 alunos e 70 escolas.
Saber mais em http://jra.abae.pt.
JRA utiliza uma metodologia de quatro etapas experimentadas e testadas:
1. Investigar um tema ou problema ambiental local.
2. Propor soluções para o problema ou questão ambiental local.
3. Reportar/Relatar uma questão ambiental local e sua possível solução através de uma produção jornalística tendo como alvo um público local.
4. Disseminar/divulgar para o público local.
Quem disse que os jovens vão aos festivais de verão apenas para ouvir música? Para reportar as preocupações de sustentabilidade associadas à organização e participantes de um festival de música, o portal Jovens Repórteres para o Ambiente lançou a “Missão JRA Rock in Rio 2016”, que resultou em inúmeros artigos, fotorreportagens e reportagens em vídeo sobre o festival Rock in Rio, no qual se estreou também o movimento #faceforgreen da Sociedade Ponto Verde, com o objetivo de despertar a consciência dos jovens em relação aos danos ambientais causados pelos festivais de música que proliferam no verão em Portugal, caso não haja preocupação ambiental por parte das próprias organizações.
O primeiro festival a ser abrangido pelo movimento foi precisamente o Rock in Rio Lisboa, em maio, onde foram pintadas cerca de 15 mil caras de verde fluorescente. O sucesso da iniciativa foi tal que alguns festivaleiros chegaram mesmo a estar quase duas horas na fila para serem pintados, uma iniciativa que não passou despercebida aos Jovens Repórteres para o Ambiente e cujo resultado pode ser consultado em: http://jra.abae.pt/missoes/2016-rock-in-rio/reportagens/
Este foi o tema em debate da Semana Europeia de Mobilidade em 2016, que visou chamar a atenção dos benefícios para a economia de um correto planeamento e utilização racional dos transportes.
Já parou para pensar nas inúmeras vantagens económicas dos meios de transporte mais sustentáveis, como a bicicleta, andar a pé, os transporte coletivos ou públicos e os veículos menos poluentes? Esta foi a grande reflexão proposta em 2016 durante a Semana Europeia da Mobilidade, que decorre anualmente de 16 a 22 de setembro e cujo objetivo é incentivar as autoridades locais europeias a apresentar e promover medidas de transporte sustentáveis e convidar as pessoas a experimentar alternativas ao uso do carro. Todos os anos, desde 2002, esta semana culmina com o evento “Dia Sem Carros”, no qual as vilas e cidades participantes fecham, durante todo o dia, uma ou várias zonas ao tráfego automóvel, circulando apenas peões, ciclistas e transportes públicos.
No âmbito da temática para 2016 – “Mobilidade inteligente. Economia forte” –, a Associação Portuguesa do Ambiente defende que a transição para modos de mobilidade alternativos conduz à diminuição dos impactos negativos do uso individual do automóvel o que, por sua vez, permite também a redução dos custos que lhe estão associados.
“Não vamos esquecer o potencial que as bicicletas de carga podem representar na logística urbana. É muitas vezes mais rápido e mais agradável deslocar-se de bicicleta ou combinar diferentes modos de transporte numa única viagem. A boa notícia é que isso também traz benefícios económicos – mantém-nos ativos, o que melhora a saúde e, ao mesmo tempo, reduz as importações de petróleo e melhora a qualidade do ar. Isso significa que estas escolhas são o melhor investimento para nós, para as nossas vilas e cidades, e para a economia em geral. Todos beneficiam!”, referiu a comissária europeia dos Transportes, Violeta Bulc. Conheça as principais vantagens económicas de uma mobilidade urbana sustentável e inteligente.
Ter um carro representa uma despesa considerável para qualquer família: não só com a aquisição como também com os seguros, manutenção, combustíveis, impostos, entre outros. Em contrapartida, caminhar ou a deslocação em bicicleta não só são ecológicos como trazem ganhos para a saúde e para a carteira. Com melhores escolhas em termos de transporte, é ainda possível poupar tempo, que pode ser gasto de forma mais agradável e produtiva.
Está provado que mais peões nas ruas ajudam a incrementar os negócios locais. A Federação Europeia de Ciclistas estima que os ciclistas e os utilizadores dos transportes públicos contribuem com 111 mil milhões de euros para a atividade económica todos os anos, no centro da cidade e em lojas locais, na União Europeia. Na Dinamarca, por exemplo, várias autoridades municipais decidiram investir no estacionamento para bicicletas, por gerar 4,5 vezes mais receitas do que um lugar de estacionamento para automóveis.
A integração de meios de transporte alternativos conduz à adoção de novos mercados dinâmicos. A Federação Europeia de Ciclistas calculou também que a economia relacionada com o ciclismo emprega já mais de 650.000 pessoas na UE (dados de 2014). Este número pode aumentar para um milhão se a quota modal do ciclismo duplicar na União Europeia. Da mesma forma, nos últimos anos, o setor relacionado com os serviços de mobilidade partilhada também teve um enorme desenvolvimento. Prevê-se que os mercados mundiais da partilha da bicicleta, do estacionamento partilhado e da utilização coletiva do carro aumentem 20 a 35 % por ano, entre 2013 e 2020.
O mercado europeu para os Sistemas de Transporte Inteligentes (STI) está igualmente em crescimento. Segundo um estudo sueco, espera-se que o valor de mercado dos STI nos veículos de transporte público, tais como autocarros e elétricos, aumente de 1,03 mil milhões de euros em 2014 para 1,46 mil milhões de euros em 2019. O desenvolvimento de aplicações para smartphones ou outros dispositivos digitais constitui um setor económico emergente. As maiores plataformas de aplicações, o iTunes e o Google Play, integram mais de 23.450 e 17.750 aplicações, respetivamente, nas categorias de saúde e fitness.
Um aumento da utilização de modos de transporte inteligentes e sustentáveis poderia resultar em grandes poupanças nos orçamentos públicos, incluindo para a saúde, o ambiente e a energia, bem como no crescimento económico e emprego. Só para dar um exemplo, o benefício económico inerente à utilização da bicicleta é particularmente relevante, dado que este setor emprega três vezes mais pessoas do que a indústria automóvel por milhão de euros de volume de negócios.
Saiba mais em www.mobilityweek.eu.
A Estratégia da União Europeia (UE) para uma mobilidade de baixas emissões de dióxido de carbono abrange não só os novos veículos ligeiros de passageiros e comerciais como também, a partir de agora, os pesados. A medida não inclui ainda setores largamente poluentes, como a aviação e o transporte marítimo internacional. Os novos padrões de eficiência de combustível, e respetivas emissões CO2, pensados para o período pós-2020, são aplicáveis aos veículos rodoviários e darão uma ajuda fundamental aos Estados-membros para o cumprimento das metas climáticas para 2030.
Há 20 anos não se falava ainda em reciclagem de resíduos de embalagem. Hoje este hábito já faz parte do quotidiano de quase três quartos dos portugueses. Ao longo de duas décadas de recolha seletiva, foram reciclados 6,8 milhões de toneladas de resíduos de embalagens através da Sociedade Ponto Verde
No início era o verbo — reciclar — ao qual se juntam logo a seguir outros dois conceitos — reduzir e reutilizar. Estes três princípios foram dando origem a um novo comportamento ecologicamente responsável. Há 20 anos, com a constituição da Sociedade Ponto Verde, arrancava em Portugal a reciclagem de resíduos de embalagens, marcando de forma definitiva uma mudança na política de ambiente no País.
Durante estes 20 anos, os hábitos dos portugueses foram mudando e hoje já se pode dizer que Portugal tem das infraestruturas mais evoluídas do mundo em termos de valorização de resíduos. Em 1998 foram enviadas para reciclagem cerca de 1500 toneladas de embalagens; em 2005, quase 385 000; em 2010 mais de 667 000; e cinco anos depois rondava as 730 000. O que aconteceu entretanto?
A Sociedade Ponto Verde (SPV), a entidade que nasceu em novembro de 1996 para gerir os resíduos de embalagens, investiu desde a sua fundação 50 milhões de euros em comunicação e sensibilização para o encaminhamento correto desses resíduos, tendo a recolha seletiva passado de desconhecida a comportamento regular de 71% dos portugueses (dados de 2015). Estas campanhas foram, pois, determinantes para o aumento da consciência ambiental da população a nível nacional. De facto, se em 2000 o verbo reciclar era praticamente um desconhecido para a esmagadora maioria das pessoas, três anos mais tarde já 38% fazia recolha seletiva através da utilização dos três ecopontos — azul, verde e amarelo — e em 2007 esse número quase duplicava, disparando para os 60%.
Consumidores, municípios, embaladores, sistemas municipais e demais parceiros envolveram-se assim neste grande movimento em prol da defesa do ambiente. Fruto deste trabalho e das campanhas de sensibilização e educação ambiental, promovidas pela Sociedade Ponto Verde, os portugueses foram alterando os seus hábitos e 20 anos depois Portugal já separou e enviou para reciclagem quase 7 milhões de toneladas de resíduos de embalagens, o equivalente ao peso de 3 Pontes Vasco da Gama.
O desafio para os próximos anos é aumentar a quantidade de embalagens separadas corretamente e a redução dos erros de separação, de modo a maximizar a valorização destes resíduos através da reciclagem ao mesmo tempo que se reduzem custos. Os novos sistemas de recolha e processos que entretanto têm vindo a ser desenvolvidos, como novos carros de recolha, sistema porta-a-porta ou ecopontos mais funcionais, contribuíram para a maior recuperação de resíduos para reciclagem, evitando que sejam depositados em aterro. Recordamos que a separação de embalagens usadas tem inúmeras vantagens, não só ambientais como económicas: economizar energia, poupar matérias-primas, e reduzir resíduos. Separar cada vez mais e melhor é meio caminho andado para um futuro mais sustentável. Um futuro que já está a acontecer.
Atualmente, o sistema Ponto Verde abrange 100% da população portuguesa e do território nacional, em todos os concelhos portugueses, através de 43 000 ecopontos e 32 sistemas municipais. Sete em cada 10 lares portugueses fazem a separação das embalagens usadas.
Mais um contributo para a Economia Circular. A primeira edição do bootcamp Ponto Verde Open Innovation decorreu em Lisboa, no início de outubro, e contou com 14 equipas participantes e o mesmo número de projetos, na área da inovação e investigação e desenvolvimento. Os trabalhos duraram três dias, durante os quais a Nova Business School e a VdA, Vieira de Almeida Sociedade de Advogados procuraram capacitar os promotores dos projetos para o desafio de convencerem potenciais investidores e financiadores a apadrinharem as suas ideias, entre eles a Sociedade Ponto Verde. Os projetos encontram-se agora em fase de avaliação por parte dos investidores/financiadores.
A SGS Portugal renovou recentemente a certificação do sistema de gestão integrado da Sociedade Ponto Verde com o âmbito “Gestão Administrativa do Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos de Embalagens”, pelos referenciais ISO em matéria de ambiente e de qualidade.
A SPV é a primeira entidade gestora a transitar em definitivo para os referenciais de 2015 da ISO 9001 e da ISO 14001. Estas duas normas permitem um período de transição de até três anos, mas a SPV decidiu antecipar o processo por considerar que estes referenciais são fundamentais para a estratégia de atuação e para a aposta numa melhoria contínua. A renovação espelha a confiança que os clientes podem ter nos serviços da Sociedade Ponto Verde.
As normas ISO 9001 e ISO 14001 são referenciais internacionais de gestão da qualidade e gestão ambiental, respetivamente, aplicáveis a todas as organizações independentemente da dimensão ou setor de atividade. Estes referenciais permitem às organizações comprovar o seu compromisso com a qualidade e satisfação das partes interessadas e com a proteção ambiental. Neste sentido, as práticas dos sistemas de gestão são atualizadas, assegurando o cumprimento da legislação e a melhoria contínua.
Nas suas versões de 2015, estas normas introduzem novos conceitos como a análise de contexto, o relacionamento com as partes interessadas, o pensamento baseado no risco e a perspetiva de ciclo de vida na área ambiental.
Elisabete Martins, auditora coordenadora da SGS, afirma: “Todo o processo de escutar as necessidades de várias partes interessadas da sociedade, desde consumidores a produtores de embalagens até a operadores e recicladores, entre outros, é um desafio que já fazia parte das preocupações da SPV. Contudo, torna-se agora uma parte integrante do seu sistema de gestão, sendo uma mais-valia para uma organização como a SPV.”
Na natureza nada se perde, tudo se transforma e a Sociedade Ponto Verde dá uma ajuda. Parece magia, mas é mais tecnologia. Veja como as embalagens usadas e outros resíduos se transformam em objetos com uma nova vida.
Os plásticos. Podem levar centenas de anos a decompor-se, pelo que constituem hoje um dos maiores poluentes da natureza, caso não seja colocado nos locais mais adequados.
Este material, pelas suas características, é muito versátil. Alguns exemplos:
• As embalagens de detergente de roupa e outras geram tubos de canalização, vasos, mesas de jardim, cabides, fibra de enchimento para blusões e edredões e outras embalagens de detergente
• As garrafas de água transformam-se em malha polar para t-shirts e outras peças de vestuário feitas deste material leve e quentinho.
• Com o PVC reciclado fazem-se por ex, mangueiras e cabos.
• Os plásticos mistos, como embalagens de manteiga, iogurtes ou batatas fritas podem ser transformados em cercas para jardim, floreiras e outro tipo de mobiliário urbano.
Embalagens de cartão para alimentos líquidos. Tal como os plásticos, colocam-se no ecoponto amarelo com destino à reciclagem. É um material composto (papel, polietileno e alumínio) pelo que tem de passar por novo processo de separação, feito industrialmente. Dão origem:
• O cartão dos pacotes de sumo ou de leite volta a ser… cartão, utilizado em capas de cadernos, livros, etc.
• O polietileno e o alumínio quando prensados e fundidos proporcionam um novo material usado como matéria-prima no setor da construção, nomeadamente em telhas plásticas, entre outros produtos. Quando separados, podem ser igualmente encaminhados para reciclagem.
Metais. É outro dos materiais que se deve depositar no ecoponto amarelo:
• O alumínio resultante das latas de bebidas pode ser usado para fabricar bicicletas e trotinetas;
• O aço usado nas latas de conserva pode dar origem a peças para automóvel, bicos de fogão e de esquentador, etc.
O vidro volta a ser vidro. Aquele que se usa geralmente na sua produção não é mais do que casco de vidro usado, submetido a elevadas temperaturas. Com ele fabricam-se:
• Garrafas, boiões e frascos.
• Também se aplica na indústria de fibra de vidro para dar origem a objetos como pranchas de surfe.
O papel recolhido passa por vários processos que o voltam a transformar em pasta pronta a ser usada em:
• Papel de embrulho, de jornal, cartão canelado, blocos de escrita, papel higiénico, rolos de cozinha, etc.
• Os jornais e revistas usados dão origem a novos jornais, depois de reciclados.
A reciclagem da madeira (tal como a do papel) evita o abate de milhares de árvores. As caixas de madeira, por exemplo, originam aglomerado com o qual é feito muito do mobiliário que temos em casa. Também se destina à indústria do papel e celulose.